Turquia diz que vai assumir luta contra Daesh na Síria

Para o governo turco, a retirada de tropas americanas da Síria elimina uma fonte de atrito entre a Turquia e os Estados Unidos

21/12/2018 - 17h09 (Atualizado em 20/04/2024 - 15h22)

A Turquia assumirá a luta contra os militantes do Daesh na Síria enquanto os Estados Unidos retiram suas tropas, informou o presidente turco, Tayyip Erdogan, nesta sexta-feira, quando saudou "cautelosamente" a decisão norte-americana de retirar tropas da área.

Ao anunciar nesta semana que retirará seus cerca de dois mil soldados, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, derrubou um pilar central da política dos EUA para o Oriente Médio. Críticos dizem que a medida tornará mais difícil encontrar uma solução diplomática para a guerra civil síria de sete anos.

Para a Turquia, a decisão elimina uma fonte de atrito com Washington. Erdogan vem repreendendo há tempos seu aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) devido ao seu apoio aos combatentes curdos sírios do YPG contra o Daesh. Ancara considera o YPG um grupo terrorista derivado da sigla armada PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), que luta pela autonomia curda na fronteira em solo turco.

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Em um discurso em Istambul, Erdogan disse que a Turquia se mobilizaria para combater as forças remanescentes do Daesh na Síria e adiaria temporariamente os planos para atacar combatentes curdos no nordeste da Síria.

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Na semana passada Erdogan anunciou planos para iniciar uma operação ao leste do rio Eufrates, no norte da Síria, para expulsar o YPG da área que controla em grande parte. Nesta semana ele disse que a campanha pode começar a qualquer momento, mas nesta sexta-feira citou a medida dos EUA e uma conversa com Trump como razões para esperar.

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"Na semana passada decidimos lançar uma incursão militar... ao leste do rio Eufrates", disse ele em um discurso em Istambul. "Nossa conversa telefônica com o presidente Trump, além de contatos entre nossos diplomatas e autoridades de segurança e declarações dos Estados Unidos, nos levaram a esperar um pouco mais".

"Adiamos nossa operação militar contra o leste do rio Eufrates até vermos no local o resultado da decisão americana de se retirar da Síria".

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O líder turco observou, porém, que não se trata de um "período de espera ilimitado".

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Isso incomoda o governo israelense, pelo fato de que o Hezbollah, um dos grupos xiitas, aliado do Irã, inimigo de Israel e também xiita, tem feito movimentações no país. Neste domingo (29), Israel foi suspeito de bombardear uma base na Síria que, segundo opositores do governo de Bashar al-Assad, era um local de treinamento de grupos xiitas

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Em pesquisa com base em vários jornais, Asharq al-Awsat, Sputnik, The New Arab, Daily Star no Líbano, e outros documentos, o embaixador revelou que os militantes são recrutados por toda a Ásia, sendo por ele considerados "extremistas". Com informações do The Jerusalem Post

No grupo, estão incluídos membros da Divisão Fatemiyoun e da Brigada de Seguidores de Zainab, que são xiitas recrutados no Afeganistão e no Paquistão, respectivamente, para atuar na Síria. Além deles há combatentes do Hezbollah e membros das Forças de Defesa Locais. Em 2016, cerca de 700 iranianos haviam morrido em combates no país

Aymenn Jawad al-Tamimi, um membro do Middle East Forum, afirma que esses números variam em função das mudanças de estratégia do Hezbollah, que tem na Síria entre 5 mil e 8 mil combatentes. Muitos deles, porém, se revezam, retornando ao Líbano para capacitações militares

O número de combatentes xiitas vindos do Irã aumentou em novembro de 2017, quando as forças do governo de Bashar al-Assad sofreram baixas, antes de retomar o controle de Aleppo. Na foto, os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, com o líder do Hezbollah, Hassan Nassaralah

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— O Hezbollah libanês foi o primeiro a chegar, e as milícias xiitas da Guarda Revolucionária do Irã, do Afeganistão, do Paquistão, do Iêmen e do Iraque estão entre os combatentes que o Irã está confiando no controle da Síria

A estratégia do Irã foi optar por xiitas estrangeiros, por considerar que as Forças de Defesa Locais dos xiitas não estavam tão bem preparadas quanto as de fora, formadas entre outros por iraquianos da Brigada Abou Fadel al Abbas. Eles viajaram para a Síria antes de 2014, com missão de ajudar na defesa do santuário Sayyida Zeynab Shi'ite, perto de Damasco

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