Turquia não irá retirar tropas de Idlib e promete revidar ataques
O comunicado foi dado em reunião do Conselho de Segurança da ONU. O encontro foi convocado depois da morte de mais de 30 soldados turcos
Internacional|Da EFE
A Turquia deixou claro nesta sexta-feira (28), durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que não retirará as suas tropas da província síria de Idlib e que responderá fortemente a qualquer novo ataque do exército sírio e de seus aliados.
O encontro foi convocado depois que mais de 30 soldados turcos foram mortos em um atentado realizado por forças armadas da Síria, o que provocou tensão na área.
Segundo o embaixador turco na ONU, Feridun Sinirlioglu, o ataque sírio foi claramente deliberado, durou cinco horas e continuou mesmo depois de a Turquia ter avisado à Rússia, aliada de Damasco, do que estava acontecendo. "Foi um ato de agressão contra a Turquia. Eles querem envolver a Turquia na sua guerra suja, mas fizeram um erro de cálculo", insistiu o diplomata.
O representante turco também garantiu que Ancara comunicou a Moscou que não abandonará os postos militares que tem no noroeste da Síria. Ao contrário, os reforçará.
"A Turquia agiu com a máxima contenção, mas esta é uma luta entre o bem e o mal", disse o diplomata, que exigiu que o Conselho de Segurança acabasse com a ofensiva da Síria e dos seus aliados contra a oposição.
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Do lado sírio, o embaixador Bashar Yafari acusou a Turquia de apoiar os grupos terroristas que controlam uma grande parte do Idlib e de ter ambições de expandir seu território.
"Pedimos aos países europeus que não se envolvam em pactos vergonhosos com o regime turco às custas dos sírios", afirmou Yafari, que exige que o Conselho de Segurança termine o que chamou de "aventura" do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
A Rússia, por sua vez, disse estar em contato permanente com as duas partes e que lamenta a morte dos soldados turcos, mas ressaltou que Damasco tem direito a combater aqueles que considerar terroristas.
Durante a reunião, os países ocidentais frisaram a necessidade de um cessar-fogo imediato no noroeste da Síria. Muitos deles, incluindo os Estados Unidos, deram como mortos o formato de cooperação entre a Rússia e a Turquia para controlar o conflito na região.