Ucrânia condiciona negociações de paz à retirada das tropas russas
Chefe do gabinete da Presidência afirma que conversas só podem ser retomadas após a saída dos militares de Putin de todo o país
Internacional|Do R7
O chefe de gabinete da Presidência ucraniana, Andriy Yermak, afirmou neste sábado (19) que o país poderia iniciar as negociações de paz com a Rússia se as tropas de Vladimir Putin se retirassem completamente do território vizinho.
"Não temos nenhum pedido oficial da parte russa sobre [...] negociações", disse Yermak em um discurso em inglês, por videoconferência, no Fórum Internacional de Segurança de Halifax.
Qualquer conversa que não seja baseada na soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro dos limites fronteiriços internacionalmente reconhecidos é "inaceitável", disse.
"O primeiro passo que deve ser adotado pela Rússia é a retirada de todas as tropas russas do território ucraniano", acrescentou Yermak.
As declarações foram feitas um dia após o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, ter rejeitado a ideia de uma "trégua curta" com a Rússia, pois alegou que isso apenas pioraria as coisas.
"A Rússia busca agora uma breve trégua, uma pausa para recuperar as forças. Alguém pode chamar isso de fim da guerra, mas tal trégua somente pioraria a situação", disse o líder ucraniano em comentários no mesmo fórum de segurança.
"Uma paz verdadeiramente real, duradoura e honesta só pode ser o resultado da completa demolição da agressão russa", declarou Zelenski.
A Casa Branca afirmou na sexta-feira (18) que apenas o presidente ucraniano pode decidir quando começar as negociações de paz com a Rússia, e rebateu a ideia de Washington estar pressionando Kiev para negociar o fim de quase nove meses de guerra, iniciada pela invasão russa ao território da Ucrânia em fevereiro.
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O general Mark Milley, principal comandante militar dos Estados Unidos, sugeriu nas últimas semanas que Kiev poderia aproveitar as vitórias no campo de batalha e iniciar conversações para acabar com o conflito.
Milley recordou na quarta-feira (16) que, embora a Ucrânia tenha registrado vitórias importantes recentemente, a Rússia continua controlando quase 20% do país. Também afirmou que é improvável que as tropas de Kiev obriguem os russos a deixar o país em breve.