A Ucrânia não usará armas de longo alcance prometidas pelos Estados Unidos para atingir o território russo e terá como alvo apenas unidades russas em solo ucraniano ocupado, disse o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, neste domingo (5).
Os Estados Unidos confirmaram na sexta-feira (3) que um novo foguete que dobraria o alcance de ataque da Ucrânia foi incluído em um pacote de ajuda militar de US$ 2,175 bilhões (R$ 11,2 bilhões) para ajudar Kiev a combater as forças russas.
A nova arma, a bomba de pequeno diâmetro lançada no solo (GLSDB), permitirá que os militares da Ucrânia atinjam alvos com o dobro da distância alcançável pelos foguetes que agora disparam do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (HIMARS) fornecido pelos EUA.
Os mísseis poderão percorrer até 150 km de distância, colocando ao alcance todas as linhas de abastecimento da Rússia no leste da Ucrânia, bem como parte da Crimeia ocupada pela Rússia, que Moscou anexou em 2014.
"Como parte do pacote da USAI [Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, na sigla em inglês], forneceremos uma bomba de pequeno diâmetro lançada do solo para a Ucrânia", disse o brigadeiro-general Patrick Ryder em entrevista coletiva no Pentágono.
A promessa de ajuda de sexta-feira abre as portas para muito mais entregas de bombas de pequeno diâmetro lançadas no solo.
Quando os novos foguetes chegarem, será a primeira vez que a Ucrânia vai ver seu alcance de foguetes crescer exponencialmente desde que os EUA forneceram o HIMARS no final de junho de 2022.
Os HIMARS têm um alcance de 77 km e foram fundamentais na contra-ofensiva da Ucrânia contra as forças russas, que invadiram o país em 24 de fevereiro de 2022.
O GLSDB é uma arma desenvolvida pela norte-americana Boeing em parceria com a sueca Saab.
Em seu site, a Saab diz que "a precisão do GLSDB é tão alta que pode atingir o raio de um pneu de carro".