Ucrânia pede expulsão imediata da Rússia do Conselho da Europa
Organização de direitos humanos foi criada no contexto da Guerra Fria, reúne 47 países e já adotou sanções contra os russos
Internacional|Do R7

O primeiro-ministro ucraniano Denys Shmyhal pediu nesta segunda-feira (14) ao Conselho da Europa que expulse imediatamente a Rússia dessa organização de direitos humanos com sede em Estrasburgo, na França.
"Pedimos decisões mais duras. Pedimos que adotem uma decisão sobre a expulsão imediata da Rússia do Conselho da Europa", afirmou em videoconferência à Assembleia Parlamentar da organização pan-europeia.
Em um discurso no lugar do presidente ucraniano Volodmir Zelenski, Shmyhal exortou os países a agir para impedir "a agressão antes que haja uma catástrofe nuclear ou toda a Europa esteja em chamas".
O Comitê de Ministros, órgão executivo do Conselho da Europa, já havia decidido, em 25 de fevereiro, um dia após a invasão, "suspender" a participação da Rússia nos principais órgãos da organização.
A medida afeta especificamente o Comitê de Ministros e a Assembleia Parlamentar, mas não o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (Tedh), o que permite que se continue oferecendo proteção aos cidadãos russos.
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A secretária-geral do Conselho da Europa, Marija Pejcinovic, disse à AFP no início deste mês que "cada vez mais vozes" estão pedindo à organização que vá mais longe e expulse a Rússia, algo sem precedentes.
A entidade, criada em 1949, no contexto da Guerra Fria, e que reúne 47 países, já adotou sanções contra a Rússia após a anexação, em 2014, da então península ucraniana da Crimeia.
A delegação russa na Assembleia Parlamentar foi então privada do seu direito de voto. Em resposta, Moscou suspendeu sua contribuição ao orçamento da organização.
Após cinco anos de crise, a disputa foi resolvida, e a delegação russa voltou a fazer parte do órgão deliberativo do Conselho, órgão que não está vinculado às instituições da União Europeia (UE).

