Ucrânia quer indenização por danos; especialista avalia que quantia discutida não resolve, mas ‘é um começo’
Ucrânia se reúne com líderes europeus para discutir de onde virá o dinheiro destinado à reconstrução do país
Internacional|Do R7
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Durante uma conferência organizada para estabelecer uma comissão internacional de reclamações para a Ucrânia, o presidente do país foi claro: ele quer que a Rússia seja responsabilizada pelo crime de agressão. O pedido será julgado durante os encontros, que irão validar as reivindicações de indenização. O objetivo é compensar Kiev por bilhões de dólares em danos causados por ataques e supostos crimes de guerra.
Um programa criado há dois anos para registrar os danos na Ucrânia já recebeu mais de 80 mil solicitações de indenização apresentadas por pessoas físicas e órgãos públicos do país. Os detalhes sobre como serão pagas as indenizações ainda precisam ser definidos, mas as discussões iniciais abordam a possibilidade de usar ativos russos congelados na União Europeia, complementados por contribuições de estados-membros do bloco.
O pesquisador de Harvard e professor de relações internacionais na UFF (Universidade Federal Fluminense) Vitelio Brustolin explica que, quando um país agride ou é acusado por outro de crime de guerra, os ativos do país agressor são congelados para indenizar o país atacado.
Ele lembra que só na União Europeia a Rússia tem 210 bilhões de ativos congelados permanentemente há poucos dias e adianta que a quantia é ainda maior ao levar-se em conta o dinheiro depositado em outros países. “A Rússia ainda tem mais dinheiro fora, tem nos Estados Unidos, tem em outros países, o total de reservas russas congeladas é US$ 350 bilhões”. Mas, ainda assim, ele acredita que devido aos danos impostos ao país agredido, o dinheiro seria somente um auxílio, não uma solução. “É suficiente para reconstruir toda a Ucrânia? Ainda não, mas é um começo. A estimativa do Banco Mundial é de que serão necessários US$ 524 bilhões para reconstruir toda a Ucrânia”, afirmou em entrevista ao Conexão Record News desta terça (16).
Brustolin prevê, entretanto, que após o fim do conflito a Ucrânia receberá incentivos fiscais do mundo todo e destaca a situação de países como Alemanha e Japão, que tiveram que ser reconstruídos depois de guerras e com isso se reinventaram e viraram grandes potências mundiais. Ele vê que o maior desafio no momento é convencer a Rússia a abrir mão dos ativos. “A Rússia chegou a oferecer US$ 100 bilhões para a Ucrânia, daqueles ativos congelados. O cálculo da Rússia é que seria melhor oferecer esse dinheiro e recuperar o restante do que perder tudo”.
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