UE, Rússia e China criticam corte de verbas de Trump à OMS
Na terça-feira (14), presidente dos EUA anunciou que vai suspender envio de dinheiro à organização. País é responsável por 20% das doações
Internacional|Do R7, com agências internacionais
A União Europeia condenou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender o financiamento para a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmando nesta quarta-feira (15) que foi injustificada durante a pandemia de coronavírus.
"Lamentamos profundamente a decisão dos EUA de suspender o financiamento à OMS. Não há razão que justifique essa medida em um momento em que esforços são mais necessários do que nunca", disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, no Twitter.
Críticas da Rússia
O governo da Rússia também rechaçou a decisão dos EUA de congelar as contribuições em meio à uma pandemia que não está desacelerando.
"Os políticos desse país sempre acham culpados: da pandemia, a China e a OMS; da derrota de Hillary Clinton, a Rússia; dos problemas do sistema de saúde, Vladimir Putin, em pessoa", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.
A diplomata, em declarações veiculadas pela agência de notícias Interfax, garantiu que, para a classe política americana, "o importa é encontrar um tubo de ensaio e apresentá-lo ao mundo como uma prova da culpa dos outros e da sua própria infalibilidade".
Preocupação chinesa
Já o governo da China manifestou uma "grave preocupação" com o corte das verbas.
"Encorajamos os Estados Unidos a cumprir as responsabilidades e obrigações, apoiando à OMS na liderança da campanha internacional contra a pandemia", afirmou, em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país asiático, Zhao Lijian.
O governo chinês considera que a suspensão do financiamento americano fragilizará a capacidade da organização e fragilizará a cooperação internacional da luta contra a Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.
"Isso afetará os países de todo o mundo, inclusive os Estados Unidos, mas especialmente, aqueles com capacidades mais frágeis", alertou Zhao.
O porta-voz da Chancelaria garantiu que a China seguirá desempenhando "um papel importante" na luta pela saúde pública internacional e contra a Covid-19, no entanto, não revelou se serão feitas contribuições adicionais à OMS, para compensar aquelas que seriam feitas pelos Estados Unidos.
A decisão de Trump
Ontem, Trump justificou a decisão tomada pela oposição da OMS ao fechamento das fronteiras para combater a propagação do vírus, por não ter agido mais cedo e por ter não só confiado, mas também "elogiado" o governo da China, país onde a pandemia surgiu.
"Com a pandemia de Covid-19, temos sérias dúvidas se a generosidade dos Estados Unidos foi aproveitada da melhor maneira possível", afirmou o chefe de governo americano, que comanda o país com mais casos e mortes no planeta.
Anualmente, o governo americano envia entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões à organização internacional.