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Um milhão assina petição contra suspensão do Parlamento britânico

A pedido de Boris Johnson, parlamentares estarão afastados de suas funções até data muito próxima do Brexit, o que é considerado golpe à democracia

Internacional|Cristina Charão, do R7, com EFE

Em Londres, manifestantes carregam cartazes dizendo 'Parem Boris! Parem o Brexit!'
Em Londres, manifestantes carregam cartazes dizendo 'Parem Boris! Parem o Brexit!'

Uma petição popular contra a suspensão do Parlamento britânico recebeu mais de um milhão de assinaturas em questão de horas e deve ser apresentada à Câmara dos Comuns para apreciação. O abaixo-assinado exige que o primeiro-ministro, Boris Johsnon, não suspenda os trabalhos legislativos por cinco semanas, medida que foi solicitada por ele e aprovada ontem pela rainha Elizabeth II.

A decisão de suspender o Parlamento afeta diretamente o debate sobre o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, cuja data máxima prevista é 31 de outubro.

Com o Parlamento fechado entre os dias 10 de setembro e 14 de outubro, Johnson poderia negociar um novo acordo de saída com a UE sem a participação dos parlamentares até uma data muito próxima do limite. Este movimento aumenta as chances do primeiro-ministro garantir o que prometeu ao ser eleito pelo Partido Conservador para liderar o governo: realizar o Brexit com ou sem acordo com o bloco europeu.

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A petição online pede, justamente, que "o Parlamento não deve ser suspenso ou dissolvido a menos e até que o Artigo 50 do Brexit [que prevê a data de saída da UE] tenha sido suficientemente estendido ou que se cancele a intenção do Reino Unido de abandonar a UE".


De acordo com a prática parlamentar britânica, qualquer solicitação com 100 mil assinaturas deve ser apreciada pelo Parlamento.

Protestos em Londres e nas redes


Além da petição online, milhares de pessoas se reuniram nas proximidades do Parlamento Britânico nesta quarta-feira (28), logo após o anúncio de que a suspensão tinha sido aprovada pela rainha.

Nas redes sociais, a hashtag #StopTheCoup - "Parem o golpe" - subiu rapidamente, com o apoio de anônimos e famosos. Para muitos britânicos, Boris Johnson estaria usurpando funções do Parlamento para governar sem participação e fiscalização popular.


Johnson justificou o pedido como um prazo necessário e exigido legalmente para a apresentação devida da agenda legislativa do seu governo, o chamado Discurso da Rainha.

O Partido Trabalhista, liderado por Jeremy Corbin, e outras agremiações já afirmaram que irão tentar bloquear a decisão.

Os parlamentares britânicos voltam do recesso de verão no dia 3 de agosto e trabalham por uma semana, antes de parar novamente devido à suspensão de Johnson.

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