Ursa-polar adota filhote órfão em episódio considerado raro por cientistas
Caso foi registrado no Canadá após monitoramento por colar e se destacou pela baixa frequência desse comportamento na espécie
Internacional|Do R7
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Uma equipe de pesquisadores canadenses documentou um caso raro de adoção entre ursos-polares, envolvendo uma fêmea que passou a cuidar de um filhote que não era seu.
O registro foi divulgado no dia 18 de dezembro pela organização sem fins lucrativos Polar Bears International.
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Os pesquisadores haviam colocado um colar de rastreamento em uma ursa-polar que estava acompanhada de apenas um filhote durante a primavera no hemisfério norte. Meses depois, no outono, a mesma fêmea foi novamente localizada, desta vez com dois filhotes de aproximadamente a mesma idade.
A ursa, identificada como X33991, pertence à subpopulação de ursos-polares da região da Baía de Hudson Ocidental, no Canadá. Segundo os cientistas, o novo filhote adotado aparentava estar órfão.
De acordo com a Polar Bears International, em mais de 4.600 ursos dessa subpopulação estudados ao longo de cerca de 50 anos, este é apenas o 13º caso documentado de adoção de um filhote sem parentesco biológico.
“Adotar filhotes não relacionados é algo muito raro e incomum entre ursos-polares, e nós ainda não sabemos exatamente por que isso acontece”, afirmou Alysa McCall, diretora de divulgação de conservação e cientista da organização, em um vídeo divulgado pela entidade.
O pesquisador Evan Richardson, do órgão federal Environment and Climate Change Canada, explicou que a espécie apresenta um forte instinto maternal. Segundo ele, as fêmeas são extremamente dedicadas aos cuidados com os filhotes.
“Nós acreditamos que, se há um filhote pequeno chorando na costa após perder a mãe, algumas fêmeas simplesmente não conseguem ignorar e acabam assumindo esse cuidado”, disse Richardson. Ele classificou o comportamento como curioso e relevante para o entendimento da história de vida dos ursos-polares.
Os pesquisadores informaram que coletaram uma amostra genética do filhote adotado. O objetivo é tentar identificar o que aconteceu com a mãe biológica do animal.
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