Venezuelanos expõem deterioração do serviço público para oposição
O comerciante Orlando del Valle afirmou que no bairro onde vive, no sudeste de Caracas, alguns moradores passam períodos de até um ano sem água
Internacional|Da EFE
Um grupo de venezuelanos expôs nesta terça-feira (27) em uma reunião convocada pelo parlamento da Venezuela, controlada pela oposição ao governo de Nicolás Maduro, as dificuldades que eles têm enfrentado por viver em um país que vive uma crise econômica, que afeta diretamente os serviços públicos como a saúde, o transporte, o fornecimento de energia e de água tratada.
A dona de casa Benilde Camacho, que vive em Guatire, cidade vizinha à Caracas, contou que na comunidade em que ela vive os moradores há blecautes constantes. O abastecimento de água também é interrompido várias vezes na semana, complicando a vida da população.
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"Vivemos uma crise terrível demais", resumiu a venezuelana aos deputados e ao chefe do parlamento, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, entre eles o Brasil.
Já o comerciante Orlando del Valle afirmou que no bairro onde vive, no sudeste de Caracas, alguns moradores passam períodos de até um ano sem água. Isso gerou na região uma epidemia de piolhos e sarna.
O aposentado Ricardo Sansone denunciou a falta de segurança e a baixa qualidade do serviço prestado pelo metrô de Caracas, no qual ele trabalhou durante décadas.
Segundo ele, há mais de 50 "cemitérios" de ônibus no país, locais para onde o governo de Maduro teria enviado mais de 4 mil veículos em condições precárias de conservação.
"Utilizar transporte público atualmente na Venezuela é desumano, degradante", disse Sansone.
A deputada Nora Bracho lamentou que a qualidade de vida na Venezuela tenha atingido níveis tão precários. Para ela, a crise foi provocada pela corrupção e pela falta de capacidade do governo de manter os serviços públicos funcionando adequadamente.
"Estamos vivendo uma situação gravíssima nos serviços básicos - água, eletricidade, gás, transporte -, fundamentais para que um cidadão viva com qualidade", disse Bracho.
Para a deputada opositora, a responsabilidade da situação de emergência humanitária enfrentada pelo país é da "praga vermelha", termo usado por ela para se referir ao governo de Maduro.