Vice dos EUA, Pence viajará à Turquia para negociar cessar-fogo
Objetivo é negociar fim de ataques contra os curdos na Síria. Fonte não disse à Agência EFE se encontro será com presidente turco, Recep Tayyip Erdogan
Internacional|Da EFE
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, viajará a Ancara nas próximas 24 horas para negociar com o governo da Turquia um cessar-fogo que ponha fim às operações militares desse país contra os curdos no norte da Síria.
"Será nas próximas 24 horas, só posso dizer que será muito em breve", afirmou à Agência Efe um funcionário do alto escalão do governo americano que pediu anonimato.
A fonte não quis detalhar se Pence se reunirá com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e se limitou a dizer que o objetivo da viagem é negociar um cessar-fogo e mostrar ao governo turco que os EUA "estão incomodados" com a ofensiva o norte da Síria.
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Segundo o funcionário, o presidente americano, Donald Trump, conversou ontem por telefone com Erdogan e com o comandante das Forças da Síria Democrática (FSD), Mazlum Abdi, cuja organização é a principal aliança armada liderada pelos curdo-sírios, para manifestar o objetivo de conseguir um cessar-fogo.
"Por cessar-fogo, quero dizer que as forças militares na região devem deixar de atuar, as forças turcas e as FSD", enfatizou a fonte.
Ontem, o governo dos EUA sancionou três ministros turcos e anunciou que aumentará as tarifas ao aço da Turquia para 50%, além de ter fechado a porta para um acordo comercial entre os dois países.
A situação na região mudou consideravelmente nas últimas horas: as forças leais ao governo sírio de Bashar al Assad, respaldadas internacionalmente pela Rússia, ocuparam grande parte da faixa em disputa no norte da Síria, enquanto a coalizão internacional, liderada pelos EUA, está se retirando da região.
Segundo o funcionário, EUA e Rússia chegaram a um acordo para a retirada das forças da coalizão.
Alguns veículos de imprensa americanos, como o jornal "The Washington Post", informaram sobre a presença de tropas russas no norte da Síria.
O funcionário do Departamento de Estado confirmou essa informação, mas afirmou que a presença russa é pequena, de menos de 100 soldados.
"Não é preciso mais do que uns poucos russos e uma grande bandeira russa para chamar a atenção", comentou a fonte.
A ofensiva turca, que começou no último dia 9, tem como alvo as milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG), que estão entre os principais integrantes das FSD e eram aliadas dos EUA na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), embora a Turquia as considere terroristas.