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Vice-presidente americano visita o Brasil de olho no pré-sal

Além de se encontrar com Dilma Rousseff, Joe Biden deverá ter uma reunião com a presidência da Petrobrás

Internacional|Do R7

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, participou de eventos na Colômbia, na segunda-feira (27), onde começou seu giro pela América Latina
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, participou de eventos na Colômbia, na segunda-feira (27), onde começou seu giro pela América Latina

A Casa Branca — sede do governo americano — deixou claro que os dois principais focos do giro desta semana do vice-presidente Joe Biden pela América Latina são segurança e energia. Em relação ao Brasil, a agenda, que tem início nesta terça-feira (28) à noite, inclui uma visita ao Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES) para discutir a cooperação energética entre os dois países. 

O governo norte-americano não esconde que visa aumentar sua influência na América Latina, sobretudo no setor energético. No início do mês de maio, Joe Biden anunciou sua visita à região durante Conferência Anual das Américas em Washington. Na ocasião, ele ressaltou o papel estratégico que representa o continente para o futuro dos EUA e do mundo.

—Os países do hemisfério ocidental (continente americano) serão responsáveis por dois terços do crescimento do suprimento mundial de petróleo nas próximas décadas.

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Ao visitar o Brasil, o vice-presidente dos EUA deverá abordar outros temas como cooperação comercial e educacional, mas o destaque explícito de Washington pelo tema de energia mostra que os americanos querem assumir um papel maior em toda a cadeia energética brasileira. 

Biden expôs, durante a Conferência Anual das América, que os EUA não querem se limitar a comprar petróleo da região, mas que também estão dispostos a fomentar investimentos e cooperações técnicas. 


— Nós temos conhecimentos e tecnologias únicas para ajudar os países (da região) a se tornarem ou se manterem como grandes fornecedores de energia no mundo. 

O americanos conhecem os obstáculos para viabilizar a produção do pré-sal brasileiros. As dificuldades técnicas e financeiras são entendidas pelo governo dos EUA como oportunidades para as empresas do país. Se houver abertura, o grupos americanos poderão fazer parte de um projeto que deverá redesenhar as fronteiras petrolíferas do mundo. 

Mas, o interesse norte-americano pelo pré-sal brasileiro vai além do ineditismo do empreendimento em questão. Na realidade, os EUA também se preocupam com o próprio consumo de petróleo. Um dos motivos é o fato de que a Venezuela, principal fornecedora do combustível ao país, já algum tempo está diminuindo a venda do produto para o vizinho do norte.

Nos últimos anos, os venezuelanos fizeram da China o seu segundo destino para a distribuição de petróleo. De acordo com o Departamento de Energia americano, desde 1997, quando o chavismo chegou ao poder, a Venezuela exportava diariamente 1,7 milhões de barris do combustível aos EUA, atualmente, o valor vendido não ultrapassa o total de 1 milhão de barris.

Assim, os EUA querem diminuir a dependência em relação aos tradicionais membros da OPEC (Organização dos países exportadores de petróleo) — da qual a Venezuela faz parte. Este processo já é evidente, pois nos últimos tempos os americanos reduziram em 20% o total de petróleo comprado destes países. Por isso, o Brasil e o pré-sal surgem como ótimas oportunidades para o norte-americanos diversificarem seus fornecedores e incentivarem novos polos de produção tecnológica e comercial. 

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