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Vídeo falso sobre golpe militar na França viraliza e engana presidente africano

Conteúdo criado por inteligência artificial escapou à moderação de plataforma digital e expôs limites no combate à desinformação global

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Vídeo falso sobre golpe na França ganhou grande repercussão e enganou presidente africano.
  • Emmanuel Macron revelou que líder estrangeiro se preocupou com a situação política após assistir ao material no Facebook.
  • O conteúdo, criado por um adolescente de 17 anos, alcançou 16 milhões de visualizações antes de ser removido.
  • Macron criticou plataformas digitais como Meta por não protegerem a soberania democrática e a segurança pública.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Vídeo falso que enganou presidente africano foi postado no Facebook Reprodução/Facebook

Um vídeo produzido com inteligência artificial simulando uma notícia de televisão sobre um suposto golpe de Estado na França ganhou enorme repercussão nas redes sociais e chegou a enganar um chefe de Estado africano.

O caso foi revelado pelo presidente francês Emmanuel Macron, que disse ter sido procurado por um líder estrangeiro preocupado após assistir ao material no Facebook.


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Segundo Macron, o contato ocorreu no último fim de semana. O presidente africano, cujo nome não foi divulgado, teria visto a gravação e acreditado que o governo francês estava prestes a cair. Em mensagem enviada pela própria rede social, o líder escreveu estar apreensivo com a situação política no país europeu.


O vídeo apresentava uma jornalista fictícia em Paris relatando um “golpe de Estado liderado por um coronel cuja identidade não foi revelada” e mencionava a “possível queda do presidente Emmanuel Macron”. A gravação alcançou mais de 16 milhões de visualizações antes de ser retirada do ar pelo próprio autor.


Macron citou o episódio durante uma sessão de perguntas e respostas com leitores do jornal regional La Provence, em Marselha. Ao ser questionado sobre como o governo enfrenta notícias falsas e interferências estrangeiras, afirmou que o caso demonstrava a fragilidade dos Estados diante das grandes empresas de tecnologia.


De acordo com o presidente, assessores franceses pediram formalmente que o Facebook removesse o vídeo por gerar confusão e risco à ordem pública. A resposta da plataforma, segundo ele, foi que o conteúdo não violava as regras internas e, por isso, não seria excluído.

Macron relatou ainda que decidiu entrar em contato pessoalmente com a empresa, acreditando que sua posição institucional poderia pressionar pela retirada. A tentativa, no entanto, também não teve sucesso. Para o presidente, a recusa evidencia o poder excessivo das plataformas digitais sobre o debate público.

Em declarações mais duras, Macron criticou a Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp. Ele afirmou que essas empresas não se importam com a soberania democrática nem com a segurança das sociedades, colocando países inteiros em risco.

O presidente francês defendeu o direito da União Europeia de adotar medidas que obriguem as plataformas a remover conteúdos “manifestamente falsos” quando houver ameaça à segurança pública, em uma crítica indireta à postura dos Estados Unidos em relação à regulação do setor.

O autor do vídeo é um adolescente de 17 anos, identificado apenas como Rachid, morador de Ouagadougou, capital de Burkina Faso. Ele afirmou que criou o material para demonstrar habilidades técnicas no uso de ferramentas de inteligência artificial.

Em entrevista ao jornal Le Monde, Rachid disse que pretendia ganhar dinheiro oferecendo aulas online sobre produção de vídeos com auxílio de IA. Após a repercussão negativa, afirmou ter removido o conteúdo e prometeu produzir apenas material respeitoso.

Em um vídeo posterior, o jovem sugeriu que o objetivo havia sido alcançado. Disse que, depois da publicação sobre o falso golpe, passou a ser procurado por jornalistas franceses, usando o episódio como prova do alcance e do impacto de suas criações digitais.

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