Internacional Violência faz Médico Sem Fronteiras se retirar de bairro no Haiti

Violência faz Médico Sem Fronteiras se retirar de bairro no Haiti

Polícia local também se retirou do distrito de Martissant devido aos conflitos armados entre gangues em busca do controle da região

AFP
Polícia e Médicos Sem Fronteiras já se retiraram do bairro de Martissant por conta da violência das gangues

Polícia e Médicos Sem Fronteiras já se retiraram do bairro de Martissant por conta da violência das gangues

Valerie Baeriswyl / AFP

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou, nesta segunda-feira (2), em nota sua retirada definitiva de um bairro popular de Porto Príncipe, a capital do Haiti, devido aos conflitos entre gangues que assolam a região.

O bairro de Martissant está há vários anos sob o controle das gangues, mas a violência se intensificou nos dois últimos meses com a multiplicação dos confrontos entre grupos armados pelo controle desta região de Porto Príncipe.

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A retirada da MSF segue a da polícia, que já abandonou a delegacia do distrito devido à violência das gangues, enquanto vários milhares de habitantes tiveram que fugir de suas casas e os bancos e comércios foram saqueados pelos grupos armados. 

Médicos Sem Fronteiras suspendeu suas atividades em Martissant há um mês, depois que foi alvo de um ataque das gangues.

"Incapaz de garantir a segurança de sua equipe e dos pacientes, e querendo chamar a atenção para a situação insustentável de Martissant, MSF se viu obrigada a fechar suas portas depois de 15 anos na região", disse a ONG em um comunicado.

MSF disse que não teve tempo de retirar suas logotipos do edifício, portanto se desligou de "qualquer responsabilidade pelo o que possa acontecer nos antigos edifícios do Centro de Emergências".

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"MSF continua decidida a continuar apoiando a população haitiana em geral e os mais desfavorecidos em particular, e continua as negociações para realocar seu centro de emergências na área metropolitana de Porto Príncipe", declarou a organização, que leva 30 anos trabalhando no Haiti.

"As atividades de MSF em Martissant eram direcionadas a uma populaçao de cerca de 300.000 pessoas. A atenção prestada se concentrava no tratamento de traumatismos, emergências médicas e ginecológicas e obstétricas", diz a nota.

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