"2,5 milhões recebem Bolsa Família indevidamente", diz Wellington Dias com exclusividade ao JR entrevista
Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social afirma que fará 'pente-fino' no programa para coibir fraudes
JR Entrevista|Do R7
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou em entrevista à Record TV, à Record News e ao R7.com nesta quinta-feira (9) que o governo federal pretende fazer um "pente-fino" no Auxílio Brasil, que voltará a ser chamado Bolsa Família, para evitar fraudes.
Ele informou ainda que, para tentar evitar o endividamento de famílias de baixa renda, o governo federal diminuiu os descontos nos valores dos benefícios sociais para quem pegou empréstimo consignado.
“Vamos atualizar todo o cadastro. Há indícios de que 2,5 milhões de beneficiários não preenchem os requisitos e estão [incluídos no programa] indevidamente", declarou Dias ao jornalista Guilherme Portanova, da Record TV. "Aprovamos a revisão do cadastro ontem [quinta-feira, dia 8], com o setor social, estados e municípios", completou.
De acordo com Dias, as fraudes no programa ocorreram devido à inclusão de diferentes membros da mesma família no banco de dados. "Houve fracionamento de famílias, com diferentes cadastrados. Agora, com o novo Bolsa Família, vamos fazer a união [dos dados], para voltar a trabalhar com os objetivos do programa", declarou.
O ministro disse ainda que tem a intenção de usar o benefício social para impulsionar o empreendedorismo. "Dentro da inclusão socioeconômica, queremos abrir oportunidades. Mapear para onde estão indo investimentos da indústria, comércio e construção civil, encontrar pessoas em idade economicamente ativa, qualificá-las para essas oportunidades e apoiá-las para o empreendedorismo", detalhou.
Wellington Dias também comentou a portaria, publicada nesta quinta-feira (9), que retomou o empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil, suspenso em janeiro. O texto define novas regras para a modalidade, como a limitação de parcelas e juros.
"Para os assalariados do setor público e privado, há um cuidado muito grande com o comprometimento da renda [com empréstimos consignados]. A transferência de renda, em tese, é transitória. O objetivo é apoiar o beneficiário enquanto alcança condições de trabalho para os integrantes da família e garantir apoio para empreender. Reduzimos os juros e garantimos que [o empréstimo] seja apenas para situação emergencial, com máximo de seis meses", afirmou o ministro.
Em relação à crise humanitária enfrentada pelos yanomamis, o ministro disse que "o que for crime será apurado". "Vamos seguir com o plano, não só para os yanomamis, mas para indígenas de outras regiões. Emergencialmente, [vamos prover] alimentos, cuidados com a saúde, segurança e água. Temos também um plano para médio e longo prazo, com educação, condições de comunicação e de produção de alimentos, além de pescados e frutas", elencou.
O JR Entrevista foi conduzido pelo jornalista da Record TV Guilherme Portanova. Trechos foram ao ar no Jornal da Record, na Record TV. A íntegra foi transmitida pela Record News e está disponível no R7.com, nas redes sociais do Jornal da Record e no PlayPlus. O JR Entrevista é um produto no formato multiplataforma produzido pela equipe de jornalismo da Record Brasília.