JR ENTREVISTA: Brasil corre risco de apagão apesar de sobra de energia solar, alerta dirigente do setor
Presidente da ABRACE Energia diz que excesso de energia solar expõe ameaça estabilidade do sistema elétrico
JR Entrevista|Do R7, em Brasília
O convidado do JR ENTREVISTA desta quarta-feira (3) é o presidente da ABRACE Energia, Paulo Pedrosa. Ao jornalista Yuri Achcar, ele fala sobre como o alto custo da energia no Brasil tem comprometido a competitividade da indústria, pressionado a inflação e afastado o país da oportunidade de se tornar um grande produtor de bens verdes e competitivos no mercado global.
Ele defendeu a necessidade de reduzir subsídios, eliminar distorções e recuperar o papel do planejamento energético, que perdeu espaço para decisões políticas.
Pedrosa também destacou que o consumidor precisa de melhor informação de preços — por exemplo, aproveitando horários de energia mais barata para lavar roupas ou utilizar eletrodomésticos.
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O presidente da ABRACE Energia falou também sobre um paradoxo pouco conhecido do setor elétrico brasileiro: o risco de apagão causado não pela falta, mas pelo excesso de energia.
Segundo ele, “por incrível que pareça”, o país vive hoje uma ameaça de desligamento generalizado decorrente do desequilíbrio provocado pela entrada massiva de energia solar, sobretudo aquela gerada por painéis instalados em residências e comércios.
Pedrosa explicou que o sistema elétrico opera sob uma regra rígida: a cada segundo, a energia produzida precisa ser exatamente igual à energia consumida. Qualquer descompasso entre geração e demanda — seja por falta, seja por sobra — compromete a estabilidade.
No caso da energia solar distribuída, o problema ocorre quando há sol em abundância: “há tanto painel solar na casa das pessoas” que uma quantidade enorme de energia entra de forma simultânea na rede.
Nesse cenário, o sistema pode sofrer um desequilíbrio súbito, comparável, segundo o presidente da ABRACE, a “tentar engolir muita água de uma vez só”. A energia que chega é maior do que o que a rede consegue absorver, e se a diferença for muito grande, “o sistema perde o equilíbrio e cai”.
Para evitar isso, o operador nacional precisa agir rapidamente, ordenando o desligamento de hidrelétricas e termoelétricas, mesmo em situações em que essas usinas seriam importantes para garantir estabilidade.
O programa também está disponível na Record News, no R7, nas redes sociais e no RecordPlus.
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