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ANM precisa de pelo menos 30 dias para vistoriar barragem em MG

Estrutura que fica em Barão de Cocais foi classificada como de “risco significativo de ruptura”; parte da cidade foi evacuada

Minas Gerais|Enzo Menezes, da Record TV, com Pablo Nascimento, do R7

Barragem da Vale fica em Barão de Cocais (MG)
Barragem da Vale fica em Barão de Cocais (MG)

Um relatório da ANM (Agência Nacional de Mineração) indica que o órgão precisa de, ao menos, 30 dias para conseguir vistoriar a barragem Sul Superior, da Vale, em Barão de Cocais, a 93 quilômetros de Belo Horizonte.

A estrutura foi considera como de “risco significativo de ruptura” e teve o nível de segurança rebaixado para 1,1, no dia oito de fevereiro. O índice normal é de 1,5. Na data anterior, a empresa de consultoria Walm se recusou a assinar o laudo que atesta a estabilidade da barragem e 492 moradores da região precisaram ser retirados de casa.

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O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) solicitou à ANM, no dia 15 de fevereiro, a realização de uma fiscalização na represa.

Em ofício, o gerente regional da agência, Jânio Leite, reconhece que a barragem está entre as 218 consideradas mais arriscadas, devido ao alto índice de impacto em comunidades em caso de rompimento. Ainda assim, ele afirma que não consegue fazer a vistoria em menos de 30 dias. No documento, o gerente explica que a Sul Superior é 121º na lista para ser vistoriada.


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Procurado pela reportagem, Leite afirmou que a lentidão no processo se deve à equipe reduzida. A agência conta com apenas quatro fiscais em Minas Gerais. Segundo o gerente regional, o gargalo no trabalho já foi constatado até pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).


Procurada, a Vale reafirmou que a evacuação foi preventiva e foi adotada após avaliação realizada pela empresa Walm com parâmetros mais rigorosos. A mineradora informou que vem trabalhando para reduzir o nível de risco na estrutura e que, assim que a situação se normalizar, será iniciado o processo de descaracterização da barragem.

Veja a nota da Vale na íntegra:


"Toda evacuação tem caráter preventivo, pois visa remover pessoas de uma situação de risco concreto. No caso específico, após vistoria da Barragem Sul Superior, a empresa Walm reuniu-se na manhã de 7 de fevereiro com técnicos da Vale e relatou que o fator de segurança estaria abaixo do mínimo aceitável para a condição não drenada da estrutura, devido à revisão de parâmetros técnicos para uma condição mais severa. Imediatamente, a Vale elevou o fator de alerta para Nível 1, conforme o Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), e comunicou às defesas civis municipal, estadual e federal, bem como à Agência Nacional de Mineração (ANM). Horas depois, a ANM determinou a elevação do nível de alerta para o Nível 2, com o consequente acionamento das sirenes para evacuar a população existente na zona de autossalvamento.

A partir do dia 8 de fevereiro, inspeções diárias têm ocorrido no local e foram iniciadas ações para elevar o nível de segurança da barragem. Desde o dia 7, a estrutura vem sendo monitorada 24 horas por dia. Tão logo as ações sejam concluídas será dado início ao processo de descaracterização da barragem. A Vale ressalta que seguirá apoiando a população acolhida até que a situação seja normalizada."

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