Auditoria em empresas de ônibus de BH foi feita por amostragem
Diretor da BHTrans afirmou que consultoria contratada para realizar o serviço não verificou o mês a mês da documentação
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Daniel Marx Couto, diretor de Planejamento e Informação da BHTrans (Empresa de Transportes e Trânsito), revelou, nesta quarta-feira (23), que a auditoria realizada nas contas das companhias de ônibus que atuam na cidade aconteceu por amostragem e não considerando toda a documentação, mês a mês.
A informação foi revelada durante depoimento prestado na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a BHTrans na Câmara Municipal.
A auditoria aconteceu em 2018, a pedido da prefeitura. Na época, Couto era o funcionário da BHTrans responsável por fiscalizar o trabalho realizado pela Maciel Consultores. O servidor relatou que, em alguns casos, como o das notas de gastos com combustíveis, foi considerado a amostragem de dois meses devido à dificuldade de acesso à documentação das empresas de ônibus.
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Durante a reunião da CPI, os vereadores relataram possíveis irregularidades na auditoria, como uso de notas fiscais de outras cidades. O diretor da BHTrans ponderou que, nestes casos, os documentos não deveriam ter entrado no relatório. Ainda segundo Couto, apesar de ser o responsável pela fiscalização, não cabia a sua equipe analisar todo o processo.
— Se eu fosse fiscalizar 104 mil documentos seria um retrabalho
A auditoria questionada pela CPI concluiu, à época, que a passagem de ônibus em Belo Horizonte deveria custar R$ 6,35. Conforme contou Couto, a Maciel usou uma média de custos nacional para chegar ao valor. Na época, a tarifa em BH estava em R$ 4,05. Em seguida, foi ajustada para R$ 4,50.
A reportagem tenta contato com representantes da empresa de consultoria para comentar as declarações. A funcionária responsável por assinar o relatório em 2018 deve ser ouvida pela CPI nos próximos dias.