Presidente da BHTrans avalia que empresa precisa melhorar serviços
Diogo Prosdocimi foi ouvido por CPI e comentou sobre contratos com empresas de ônibus e adiantamento de vales-transporte
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Diogo Prosdocimi, presidente da BHTrans (Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte) reconheceu, nesta quarta-feira (2), que a companhia responsável por administrar o transporte na capital mineira precisa melhorar os serviços ofertados.
A observação foi feita durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada na Câmara Municipal para fiscalizar o trabalho da empresa. Segundo Prosdocimi, com base em avaliações feitas por usuários, os resultados não têm se mostrado satisfatórios. Como exemplo, ele cita que 63% das pessoas acham ruim ou péssimo o número de passageiros dentro dos ônibus e um percentual de 60% da mesma classificação para o quesito segurança nas viagens.
— Frente às pesquisas de opinião seria salutar colocar que o serviço não é bem prestado.
Prosdocimi assumiu a presidência da BHTrans em janeiro deste ano. Questionado, ele afirmou que não observou, até o momento, irregularidades na gestão financeira da companhia e destacou que a instituição tem um custo anual de R$ 230 milhões enquanto arrecada R$ 27 milhões por ano, o que, segundo ele, a torna "dependente". O administrador ainda apontou que os contratos com as empresas de ônibus têm pontos questionáveis.
— Os contratos de concessão dão muita pouca margem para o gestor ser incisivo em questões importantes como o dimensionamento operacional, que é feito pelas empresas.
Durante o encontro, Prosdocimi ainda afirmou que a prefeitura repassou, até o momento, R$ 200,5 milhões às operadoras de ônibus como adiantamento de compra de vale-transporte, como forma de auxiliar as empresas que alegam impacto financeiro na pandemia de covid-19.
— Vale lembrar que trata-se de um acordo feito no Tribunal de Justiça para dirimir financeiramente as questões da pandemia.
Próximo convocado
Durante a reunião, os membros da CPI definiram que devem convocar na condição de testemunha para depoimento na próxima quarta-feira (9) o ex-presidente da BHTrans, Célio Bouzada, antecessor de Prosdocimi. Ele seria o responsável por desenhar os contratos com as empresas como são usados atualmente. A reportagem tenta contato com Bouzada.
O objetivo da CPI é apurar a atuação da BHTrans diante possíveis irregularidades das empresas que prestam o serviço de ônibus na capital mineira. A primeira reunião da CPI aconteceu no último dia 21 de maio. Os sete vereadores que fazem parte do grupo têm até 180 dias para apresentar um relatório sobre o tema analisado.