Backer pode perder R$ 8 mi por mês com paralisação, calcula sindicato
Ministério da Agricultura interditou a fábrica da marca em BH durante as investigações sobre a contaminação de lotes de cerveja Belorizontina
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Um levantamento do Sindbebidas (Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais) aponta que a Backer pode perder aproximadamente R$ 8 milhões por mês com a paralisação da produção de cerveja.
O Ministério da Agricultura interditou a fábrica da marca no último sábado (11), durante a investigação sobre a contaminação da cerveja Belorizontina.
De acordo com Marco Falcone, vice-presidente do órgão, a companhia é responsável por 40,4% de toda produção de cerveja artesanal do Estado. O especialista no setor explica que o cálculo sobre o possível prejuízo é feito com base em um ticket médio de R$ 10 por litro vendido.
— A Backer é disparada a maior produtora de cerveja artesanal de Minas Gerais. Temos uma produção estadual de 1,8 milhão de litros por mês, sendo que 800 mil litros são da marca.
Leia também
As investigações relacionadas à marca começaram após peritos encontrarem uma substância tóxica em garrafas e em tanques usados para o resfriamento da Belorizontina. Nesta quarta-feira (15), o Ministério da Agricultura constatou que a substância também estava na água usada na produção. O Governo apura se o caso tem relação com a intoxicação de 18 pessoas no Estado, até o momento. Duas três morreram.
Falcone avalia que embora a situação cause medo em alguns consumidores, os produtores não acreditam que as cervejas artesanais vão ser deixadas de lado pelo público mineiro.
— Esse mercado é de um público muito amadurecido que aderiu à cerveja artesanal com muita confiança.
Posicionamento
Paula Lebbos, diretora da fábrica que emprega aproximandente 600 pessoas, disse em coletiva que a companhia está cooperando com as investigações sobre o caso. Uma auditoria independente contratada pela empresa confirmou as análises da polícia ao encontrar traços de dietilenoglicol nas estruturas internas.
A CEO, no entanto, ressalta não se sabe a origem da substância que não é usada no processo produtivo da marca e não sabe como houve a contaminação, já que a cerveja não entra em contato com os produtos químicos.
— Aqui na Backer nunca foi usado dietilenoglicol, então isto é um mistério para a polícia e para nós.
Uma força-tarefa investiga o caso e a polícia ainda não descartou a possibilidade de sabotagem. A reportagem procurou a Backer para comentar o impacto na paralisação da produção, mas ainda não teve retorno.