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Bebê indígena morre eletrocutado em aldeia de Brumadinho, na Grande BH

Comunidade Kamakã Mongoió denuncia descaso da CEMIG, da Prefeitura e da Vale e cobra instalação urgente de rede elétrica regular e segura

Minas Gerais|Andréa Silva, da Record Minas

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Bebê indígena morre eletrocutado em aldeia de Brumadinho, na Grande BH
Bebê indígena morre eletrocutado em aldeia de Brumadinho, na Grande BH

Bebê indígena de 1 ano morreu eletrecutado enquanto brincava no quintal de casa, em povoado de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A tragédia ocorreu na tarde dessa quarta-feira (29), por volta das 16h, na Retomada Indígena Aldeia Kamakã Mongoió, localizada na comunidade de Córrego de Areia.

O bebê Hendrick Thawyk Naixu brincava no terreiro de casa com a gata da familia e a pet acabou derrubando o fio elétrico que alimentava uma antiga máquina de lavar. O cabo energizado encostou em Hendrick, que recebeu uma descarga elétrica fatal.


Segundo a Polícia Militar, os pais da criança, Tatiane e Bruno pediram ajuda aos vizinhos. Após tentativa de reanimar o menino, eles o levaram à UPA de Piedade do Paraopeba, mas a equipe médica que fez o atendimento de emergência e tentou reanimar o bebê confirmou que ele já estava morto.

Hendrick era o primeiro e único filho do casal, que precisou de amparo, pois ficou em estado de choque com a confrmação do óbito.


A tragédia reacendeu a indignação da comunidade Kamakã Mongoió, que afirma ter denunciado diversas vezes à CEMIG, à Prefeitura de Brumadinho e à mineradora Vale a situação precária da rede de energia na aldeia.

Segundo o cacique Nauru (Rogério) e a vice-cacica Katorã, os moradores vivem há anos com ligações improvisadas (“gatos”), que já provocaram choques e até incêndios. “Estamos pedindo apenas o que é um direito básico: energia regular e segura para nossas famílias”, afirmou o cacique.


A comunidade, em parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG), o Centro de Documentação Eloy Ferreira (CEDEFES) e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), divulgou nota pública denunciando o descaso e convocando apoiadores a se reunirem na aldeia nesta quinta-feira (30), em solidariedade à família e à luta pelos direitos básicos, como água, energia e esgoto.

O corpo da criança foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. O horário do velório e sepultamento ainda não foi definido. A comunidade índiginafará o ritual de “semeadura” como parte de seus costumes tradicionais.


Em nota a CPT questionou: “Até quando a CEMIG, a Prefeitura de Brumadinho e a Vale vão negar o direito da Comunidade Kamakã Mongoió à rede de energia regularizada?”, questiona a nota. “Energia é bem comum e direito de todos os povos.”

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