Bola é interrogado por morte de jovens em suposto sítio de extermínio

Condenado pelo sequestro, morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, volta a ser ouvido pela Justiça na tarde desta sexta-feira (21). Desta vez, o ex-policial será interrogado sobre a morte de dois jovens em um sítio onde ocorriam treinamentos clandestinos do GRE, extinto grupo de elite da Polícia Civil de Minas Gerais.

A audiência ocorre no Fórum de Esmeraldas, na região metropolitana de BH. A juíza Cirlaine Maria Guimarães deve começar a ouvir o preso às 13 horas. O interrogatório de Bola e dos policiais Gilson Costa, Wanderlim de Souza e Anderson Marques Alves encerra a instrução do processo. Nesta fase, as provas são apresentadas por defesa e acusação à Justiça, que decide se levará os réus a júri popular.

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O advogado de Bola, Fernando Magalhães, revela que teve acesso ao registro das ligações telefônicas das vítimas, Marildo Dias de Moura e Paulo César Ferreira. O documento, anexado no último mês ao processo, comprovaria que eles não estavam em Esmeraldas no dia da morte.

— As ERBs (Estações Rádio Base) comprovam que os homens que dizem que morreram não estavam na região do sítio, mas perto das casas deles.

Bola vai negar participação no duplo homicídio. O advogado, inclusive, questiona a morte dos dois.

— É uma suposta morte. Não acharam o corpo, a gente não sabe se morreram.

A advogada de Gilson Costa e Wanderlim de Souza, Rita Virgínia Andrade, não quis comentar o caso. Uma investigação paralela sobre a morte de Eliza Samudio cita supostas ligações telefônicas entre Gilson e Bola no dia da morte da modelo.

— Estou admirada que a imprensa só me procurou só agora. Ainda estou esperando a confirmação da audiência.

Os dois jovens teriam sido capturados pelos policiais nas imediações do sítio em 6 de maio de 2008. Segundo a denúncia, os corpos foram queimados em pneus e tiveram partes esquartejadas e jogadas para cães.