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Brumadinho: polícia tem indícios de homicídio com dolo eventual

Segundo um dos responsáveis pela investigação do rompimento da barragem, há suspeita de que o colapso foi provocado pelo fenômeno de liquefação

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Tragédia aconteceu no dia 25 de janeiro, deixando 305 mortos e desaparecidos
Tragédia aconteceu no dia 25 de janeiro, deixando 305 mortos e desaparecidos

O chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra Meio Ambiente da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Bruno Tasca Cabral, declarou que a força-tarefa que investiga as causas do rompimento da barragem de Brumadinho vê indícios de homicídio com dolo eventual.

Neste tipo de crime, o autor do delito assume o risco de matar, mesmo sem querer efetivamente causar o óbito.

— Já colhemos muitas informações que nos permitem supor uma hipótese de dolo eventual. Agora resta apontar a participação de cada funcionário nesse evento que aconteceu. Não tenham dúvidas de que se, ao final, chegarmos na diretoria e presidência [da Vale], as responsabilidades serão apontadas.

Delegado prevê fim de investigação para este semestre
Delegado prevê fim de investigação para este semestre

De acordo com o delegado, não há prazo para a conclusão do inquérito que aponta o que causou o rompimento. Contudo, o policial calcula que o resultado da investigação deve ficar pronto ainda neste semestre.


— Agora é o momento de análise da documentação que foi encaminhada ao Instituto de Criminalística para gente saber qual foi exatamente a causa do rompimento da barragem. A principal hipótese é a de liquefação, mas o instituto tem trabalhado para que seja apontada, de fato, a causa.

O fenômeno conhecido como liquefação ocorre quando um material sólido perde suas características e se torna líquido. O efeito foi uma das causas do colapso da barragem de Fundão, em Mariana, a 110 km de Belo Horizonte, em novembro de 2015.


CPI

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As declarações de Cabral foram feitas após ele participar da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que também apura as causas da tragédia que deixou 305 mortos e desaparecidos.


O delegado Luiz Augusto Pessoa Nogueira, da PF (Polícia Federal), também esteve na reunião. Segundo o investigador, a apuração que está sob responsabilidade de sua equipe, vê indícios de crime de falsidade ideológica e de uso de documento falso.

A CPI tem o prazo de até 180 dias para concluir os trabalhos. Nesta quinta-feira (28), novos depoimentos devem ser colhidos na ALMG e uma audiência pública deve ser realizada em Brumadinho na próxima semana.

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