Caso Ian: pai é condenado a 26 anos e madrasta a 35 por morte de criança
Segundo a polícia, foi a madrasta quem deu o golpe que matou o menino; lesão foi comparada a um acidente de moto a 120 km/h
Minas Gerais|Maria Luiza Reis, do R7
O pai e a madrasta de Ian Almeida Rocha, menino de dois anos morto em 2023, foram condenados por homicídio qualificado. O resultado do júri saiu no início da madrugada desta quinta-feira (12). A criança morreu após ser atingida por um objeto na cabeça. O caso aconteceu no bairro Jaqueline, na região norte de Belo Horizonte.
Márcio da Rocha de Souza foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio qualificado duas vezes (por motivo torpe e contra menor de 14 anos). A madrasta Bruna Cristine dos Santos foi condenada a 35 anos de reclusão, em regime fechado, por homicídio qualificado quatro vezes (por motivo torpe, meio cruel, com recurso que dificultou a defesa e contra menor de 14 anos).
Segundo a investigação, a criança foi agredida enquanto passava férias com os acusados. Segundo a polícia, foi a madrasta quem deu o golpe que matou o menino. Ela teria utilizado um instrumento contundente e deu um golpe na cabeça de Ian. A lesão foi comparada pelos policiais a um acidente de moto a 120 km/h.
Ian foi levado para o Hospital Risoleta Neves, na região norte da capital mineira, com traumatismo craniano. Ele foi transferido para o Hospital João 23, na região centro-sul da cidade, mas não resistiu. O casal está preso desde o dia em que o menino foi levado ao hospital.
A denúncia apontava ainda que o pai não estava em casa no momento do golpe; mas, ao chegar na residência, demorou para socorrer o menino. Conforme a polícia, ele já teria agredido o filho no mesmo dia. Segundo Fabrício Costa, advogado da mãe de Ian, o motivo seria não pagar pensão alimentícia para Ian. “Essa criança representava um estorvo financeiro para essa família, principalmente para essa madrasta, que era a responsável financeiramente por pagar a pensão do menor”, descreveu Costa.
Marcio voltou para o mesmo presídio de Ribeirão das Neves, na Grande BH, onde já estava desde o dia da prisão. Bruna voltou para a cadeia feminina de Vespasiano, também na região metropolitana da capital mineira; mas deve ser transferida, em breve, para uma unidade prisional em BH.