A PM (Polícia Militar) prendeu, entre essa segunda-feira (16) e terça-feira (17), mais dois médicos condenados por participação na morte do menino Paulo Veronesi Pavesi, aos 10 anos, na cidade de Poços de Caldas, a 461 km de Belo Horizonte, em 2000.A detenção aconteceu após o desembargador Eduardo Machado, do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) expedir os mandados de prisão contra os médicos José Luiz Bonfitto e José Luiz Gomes da Silva, nesta segunda-feira.A condenação dos médicos, proferida em 2021, já previa a pena de 25 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado. No entanto, os réus permaneciam em liberdade enquanto aguardavam o trânsito em julgado da decisão.A defesa defesa de Bonfito tentava barrar a expedição do mandato de prisão alegando que “o julgamento dos Embargos Infringentes ainda não está encerrado; que ainda permanece em vigor o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça que impede que o acusado seja preso até o trânsito em julgado de sua condenação; e que o peticionário deve permanecer em liberdade até pelo menos o trânsito em julgado do Tema 1.068/STF”.No entanto, o desembargador entendeu que “não há qualquer óbice legal para a expedição dos mandados de prisão, sobretudo diante da tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal e do exaurimento dos Embargos Infringentes, o que reforça o dever de cumprimento imediato da decisão condenatória, garantindo a aplicação da justiça em tempo razoável e conforme os preceitos constitucionais e processuais”.Segundo a PM (Polícia Militar), os dois médicos foram presos em Poços de Caldas. A reportagem procurou a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) para comentar sobre a unidade onde eles ficarão detidos e aguarda retorno.O R7 tenta contato com a defesa dos presos.O casoPaulo Veronesi Pavesi foi levado à Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas após sofrer uma queda. No entanto, em vez de receber o tratamento adequado, o menino teve a morte cerebral declarada e seus órgãos foram retirados, apontou a denúncia.A investigação do MPMG revelou que os médicos envolvidos no caso manipularam os resultados dos exames e aceleraram o processo de morte do menino, com o objetivo de realizar a retirada de seus órgãos.