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Cliente entretido com WhatsApp não percebe assalto em bar

Cena inusitada foi gravada pelo circuito interno do estabelecimento; vídeo viralizou no interior de Minas e bandido ainda não foi localizado pela PM 

Minas Gerais|Pablo Nascimento e Paulo Henrique Lobato, Do R7

Cal não percebeu o assalto porque estava concentrado no celular
Cal não percebeu o assalto porque estava concentrado no celular

José Carlos de Almeida, de 36 anos, virou notícia em Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas Gerais, após ser testemunha de um crime que ele não viu. Pode soar estranho, mas o pedreiro esteve na cena do crime — e com os olhos bem abertos — e não percebeu que o bar em que bebia uma gelada, no sábado (20), era assaltado: toda atenção de Cal, como é conhecido por aquelas bandas, estava nas mensagens trocadas no WhatsApp.

A cena foi gravada pelo circuito interno do bar e, claro, viralizou nas redes sociais.

Enquanto os cerca de 10 clientes obedeciam as ordens do assaltante, que com arma em punho obrigou todos a deitarem, Cal estava entretido com o whatsApp. Ele só percebeu que o estabelecimento havia sido assaltado após o criminoso levar todo o dinheiro do caixa e se mandar.

— Eu realmente não vi nada. O som estava alto e não percebi que o bar estava sendo assaltado. Ainda bem que não vi, porque eu não sei qual seria minha reação. E ainda bem que o ladrão não tomou meu celular, que me custou R$ 700, nem minha moto, que estava do lado de fora.


O vídeo não viralizou apenas em Nova Serrana. Também está na boca do povo em Salinas, cidade do Norte de Minas Gerais, onde Cal nasceu e morou por muitos anos. Ele se mandou de lá em busca de emprego. Foi para Belo Horizonte, São Paulo e Santa Cruz do Sul (RS) até apiá, como é dito no interior de Minas Gerais, em Nova Serrana.

De lá gostou, mas reclama da violência:


— Está perigoso sair na cidade, mas não vou ficar preso em casa. Sou divorciado, não tenho filho e minha família está longe. Aliás, muita gente lá (em Salinas) comenta o vídeo. Uns me zoam, outros acham graça e outros falam que ainda bem que eu não percebi nada.

Já os clientes e a dona do bar, Beatriz Maria dos Santos Barbosa, de 46 anos, agradecem por ninguém ter se ferido no assalto. O homem chegou ao local numa moto vermelha. Desceu do veículo e, com arma em punho, invadiu o comércio. Ele não retirou o capacete da cabeça.


O assalto durou 30 segundos. Para chegar ao caixa, o criminoso passou ao lado de Cal. O pedreiro, encostado no balcão de ardósia, estava concentrado em digitar a mensagem para o amigo. Ele só percebeu algo errado quando o assaltante já havia deixado o local.

Assim que viu todos deitados, Cal se assustou. Ficou ainda mais assustado ao ser informado que o bar fora assaltado e ele não percebeu o que ocorrera. Tanto que, mesmo após a saída do ladrão, correu em direção à porta do bar que dá acesso à casa da proprietária — o estabelecimento foi montado numa espécie de garagem do imóvel.

— Ele saiu correndo e arrebentou a porta da minha casa para se esconder depois que o assaltante já tinha ido embora. Ele correu para debaixo da minha cama.

Até o momento, o suspeito não foi encontrado. A identidade continua no anonimato. Já Cal virou celebridade.

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