Com 2,8 detentos por vaga, Ceresp Betim tem três motins em uma semana

O Ceresp (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) Betim, na Grande BH, que serve de triagem para presos temporários, possui atualmente 1.300 detentos ocupando 450 vagas. Desde o dia 9 de março, três motins foram deflagrados com a queima de colchões em protesto pela falta de água e contra a superlotação.

Deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa visitaram o centro na sexta-feira (13) e constaram as condições insalubres. Nesta segunda-feira (16), os detentos provisórios voltaram a queimar pedaços de colchões, que foram lançados nos corredores. Os agentes penitenciários precisaram intervir.

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O deputado Cristiano Silveira (PT) aponta que o atual modelo de encarceramento torna a sociedade mais violenta, por impedir a recuperação dos presos.

— Nessa visita, pude constatar a falência do modelo penitenciário e que é preciso que o Estado repense essa situação. Da forma que está, vamos punir, mas não vamos recuperar os presos.

Silveira aponta que medidas alternativas, como a ampliação de presídios agrículas e das Apacs (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) podem ajudar a contornar o problema, já que três presídios em São Joaquim de Bicas e Ribeirão das Neves estão impedidos de receber presos por problemas de superlotação e estrutura.

Segundo a Secretaria de Defesa Social, o relatório da Comissão de Direitos Humanos ainda não foi entregue à pasta.