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Minas Gerais|Conheça história de Chevette com placa de Belo Horizonte flagrado em Paris 

Conheça história de Chevette com placa de Belo Horizonte flagrado em Paris 

Fotos do carro nas ruas parisienses viralizaram nas redes sociais; a narrativa envolve a paixão de um mecânico mineiro pelo carro

Minas Gerais|Maria Luiza Reis, Do R7


Um Chevette 1987 movimentou a web nos últimos dias. O carro, com placa de Belo Horizonte, foi flagrado em Paris, na França, e deixou uma pulga atrás da orelha de usuários das redes sociais: como o carro foi parar nas ruas parisienses? A resposta é simples, mas a história é antiga e envolve a paixão de um mecânico mineiro pelo carro. 

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Aiglon Declie participa de grupos na internet com outras pessoas apaixonadas por Chevette. Na semana passada, ele decidiu compartilhar fotos do carro em Paris. Foi assim que a história ganhou as redes sociais, mas o brasileiro se surpreendeu com a repercussão. 


“Eu não estava nem sabendo. Eu participo de grupos de Chevette no Facebook e Instagram. Um dia, eu postei uma foto, e o pessoal começou a entrar em contato comigo para repostar”, contou o mineiro. Um desses posts, no X (antigo Twitter), já tem quase 2 milhões de visualizações. 

Paixão antiga


Aiglon Declie, de 38 anos, é filho de pai francês, mas nasceu na capital mineira. Desde os 7 anos, ajudava o pai na oficina da família. Em 2009, ao enfrentarem dificuldades financeiras, ele e a esposa foram para França em busca de condições melhores. A ida contou com a ajuda do Chevette: o mineiro vendeu o carro ao sogro e, com o dinheiro, comprou as passagens. 

A empreitada na França, no entanto, não durou muito. A mulher de Declie não se adaptou ao país, e eles voltaram apenas um ano depois para Belo Horizonte. O mineiro não pensou duas vezes: com o dinheiro que conseguiu na França, montou uma oficina e comprou o Chevette de volta. 


“Em 2010, eu comprei pensando nele como um carro de segunda opção, para fazer melhora. Comecei a botar suspensão, plotar, colocar uma roda diferente, fazer coisas com ele”, contou Declie. 

Durante quatro anos, o mineiro passou a melhorar o carro e a frequentar pistas de arrancadas com ele. A potência do Chevette impressionava os apaixonados por automóveis. “Eu ajudei o Chevette a ficar conhecido no mundo da preparação. A gente foi descobrindo como melhorar a potência dele”, contou. 

Retorno à França

Em 2014, novas dificuldades financeiras fizeram com que Declie decidisse sair do país mais uma vez. Ele, a esposa e, agora acompanhados do filho, então de apenas 1 ano, foram mais uma vez a Paris, mas o Chevette ficou. “Eu sabia que ia trazer ele um dia para cá. Sempre que eu voltava pro Brasil, eu melhorava ele, trocava uma coisinha.”

Foram quase dez anos para conseguir levar o carro para Paris. “A pandemia quebrou minhas pernas, ficou tudo muito caro. Não tinha contêiner, o preço triplicou. Em 2023, no mês de abril, eu consegui um preço bom. Ele saiu em outubro do Brasil e chegou em novembro.”


Há apenas um mês na França, o carro já foi inspecionado e pode andar normalmente pela cidade, mas por que a placa de Belo Horizonte? Segundo Declie, ele está apenas esperando a liberação de um documento, uma espécie de CRLV francês, para emplacar o carro. 

“Eu posso andar porque já foi inspecionado pelo controle técnico, já tem seguro, que é obrigatório, e eu abri um dossiê na Federação Francesa de Veículo de Época, que é uma federação internacional. Ele foi aceito como um veículo de coleção", explicou o proprietário. 

E qual o futuro do Chevette?

O mineiro pretende, agora, aposentar o carro, que tem mais de 30 anos, e usá-lo apenas uma vez ou outra. “Vai ser para dar uma volta no fim de semana, levar em feiras de carro antigo. Fazer melhorias, mas sem mexer na infraestrutura, para não descaracterizar."

O carinho pelo carro, que esteve com Declie em momentos difíceis, vai continuar. Ele conta que, há alguns anos, foi diagnosticado com TAG (transtorno de ansiedade generalizada), e eram as madrugadas em que reformava o veículo que o faziam ficar mais tranquilo. 

"Tem que tratar ele da melhor maneira possível, trato como se fosse meu amigo, converso com ele como um amigo". 

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