O Icomos (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios), órgão ligado à Unesco, vai realizar, nesta quinta-feira (7), uma vistoria técnica na Serra do Curral, na região metropolitana de Belo Horizonte. A visita pode resultar em um alerta internacional para o risco que a mineração liberada na região poderá provocar no local.
Educadores, arquitetos e geógrafos vindos da Argentina, Uruguai, México, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte irão avaliar se a Serra está ameaçada. Caso o risco seja constatado, será emitido um Alerta Patrimonial, que é o instrumento máximo de pressão do Icomos.
A Serra do Curral não é tombada pela Unesco, mas faz parte da Serra do Espinhaço, que tem o título de Reserva da Biosfera - o equivalente ambiental de Patrimônio Cultural da Humanidade. O título da Serra do Espinhaço passará por avaliação periódica em 2024 e a situação da Serra do Curral pode interferir nesse processo.
A discussão sobre a preservação da Serra do Curral ganhou força a partir de março quando foi aprovado um projeto de mineração para o local. Em junho, o Icomos enviou aos governos federal, estadual e municipal uma série de recomendações para a preservação do local.
O impasse
A Serra do Curral é um dos principais cartões-postais da região metropolitana de Belo Horizonte. No dia 30 de abril, a CMI (Câmara de Atividades Minerárias) e o Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) liberaram a Tamisa (Taquaril Mineração S.A.) para atuar na região.
Desde então, ambientalistas e os Ministérios Públicos Federal e Estadual moveram ações para tentar barrar o empreendimento - sem sucesso até o momento. Por outro lado, o Governo Estadual e a mineradora defendem a legalidade do empreendimento.