Conversa com amigo detalha últimos passos de brasileiro antes de desaparecer em Paris
Última troca de mensagens que Flávio teve com o amigo francês foi no dia 26 de novembro, data que voltaria para o Brasil
Minas Gerais|Maria Luiza Reis, do R7
Uma conversa em uma rede social entre Flávio de Castro, de 36 anos, e um amigo francês detalham os últimos passos do brasileiro que está desaparecido há mais de uma semana em Paris. Nesta terça-feira (03), as malas de Flávio serão abertas na Embaixada brasileira com a presença de amigos que se mobilizam na cidade para encontrá-lo.
A última troca de mensagens que Flávio teve com o amigo francês foi no dia 26, data que voltaria para o Brasil. O voo estava marcado para 12h. O mineiro chegou a fazer check-in online, mas não embarcou. No início da manhã, por volta de 08h40, o amigo pergunta o que aconteceu com Flávio. O brasileiro responde que está bem, mas com o celular quase acabando a bateria e que vai guardar para falar com o seguro viagem. Flávio conta ao amigo que caiu no Sena e que está no hospital.
“Eu caí no Sena, e eu fiquei lá quase três horas, talvez mais, antes de ser salvo pelos Bombeiros”. “O problema é que meu voo para o Brasil parte daqui a algumas horas e eu estou no Hospital Georges Pompidou até que um médico venha me examinar”, diz Flávio nas mensagens.
O mineiro continua: “Os bombeiros disseram que tenho sorte de ainda estar vivo. Eu não consegui sair da água e fiquei lá por muito tempo”. “Em algum momento, eu comecei a gritar até que um senhor me ouviu e chamou os bombeiros”, detalha.
O amigo francês demonstra preocupação, diz que Flávio o assustou e tranquiliza o brasileiro dizendo para ele não se preocupar com o voo, que o seguro viagem vai cuidar disso e que o importante é que ele fique bem. O amigo chega a oferecer levar um carregador para Flávio no hospital, mas tem dúvida se o deixariam entrar e Flávio diz que vai pedir um carregador no próprio hospital. O amigo pede para que Flávio o mantenha atualizado.
Às 12h52, Flávio manda uma foto na empresa responsável pelo apartamento onde ele estava hospedado. Ele explica que o Hospital o liberou no horário do voo e que vai tentar conseguir mais um dia na hospedagem para conseguir comprar outra passagem. O amigo responde “Que ótimo” acompanhado de dois áudios que a reportagem não teve acesso.
Uma hora depois, Flávio manda uma foto de como ficou o casaco que usava quando caiu no Rio Sena e avisa que vai tentar descansar. O amigo responde: “Simm, descanse. Você quer que eu te arrume algo para comer mais tarde?”. O mineiro diz ao amigo que já almoçou: “Não. Obrigada. Eu almocei perto do escritório da empresa, depois que me deram as roupas”. A última mensagem de Flávio para o amigo é, às 14h52, uma foto que mostra com roupas limpas andando na rua.
Depois da foto, o amigo tentou contato com Flávio, mas não obteve mais resposta.
O sócio pede ajuda do Governo brasileiro para que as imagens de câmeras de segurança instaladas nas ruas de Paris também sejam utilizadas para ajudar a encontrar o fotógrafo. A polícia francesa realizou buscas em necrotérios, hospitais, centro psiquiátricos e centros sociais a procura do brasileiro, mas ele não foi localizado.
A família e amigos de Flávio pedem ajuda do Governo brasileiro para que as imagens de câmeras de segurança instaladas nas ruas de Paris também sejam utilizadas para ajudar a encontrar o fotógrafo. O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, informou que tem conhecimento do caso, está em contato com as autoridades locais e presta assistência consular aos familiares do nacional.