Defensoria pede que BH vacine todas as gestantes e sem laudo
Órgão diz que grávidas são mais propensas a internação por covid-19 e que exigência de documentação limita acesso à vacina
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
A Defensoria Pública de Minas Gerais enviou uma recomendação à Prefeitura de Belo Horizonte para vacinar todas as gestantes e puérperas da cidade, independentemente de possuírem comorbidade ou não, contra a covid.
A recomendação ainda prevê que a prefeitura não exija "relatório ou prescrição médica ou ainda qualquer outro documento além daqueles que comprovam a gestação ou o puerpério, assim como ocorre na vacinação contra gripe".
Por fim, a Defensoria Pública pede que o Executivo municipal divulgue a campanha de vacinação, informando os documentos necessários para vacinação. Segundo a Defensoria, a divergência provocada pelas diretrizes da prefeitura e do governo estadual causaram "confusão" com relação à vacinação para este grupo específico.
O documento, assinado nesta quinta-feira (25), dá prazo de cinco dias para que as autoridades municipais se pronunciem sobre a recomendação.
Justificativa
De acordo com a Defensoria Pública, a vacinação para gestantes e puérperas estão mais propensas a internações por conta da covid-19. O órgão cita um estudo feito no Reino Unido, que concluiu que as gestantes infectadas com o coronavírus tem um risco 62% maior de internação em UTI e 88% maior de uso de ventilação mecânica invasiva.
Um estudo nos Estados Unidos feito com 400 mil gestantes entre 15 e 44 anos também verificou que as mulheres gestantes e puérperas "estão mais sujeitas à admissão em unidade de terapia intensiva, ventilação invasiva, oxigenação por membrana extracorpórea e morte do que mulheres não grávidas".
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Vacinação de gestantes
De acordo com informações disponibilizadas pela prefeitura em seu site, gestantes sem comorbidades estão sendo vacinadas com o imunizante da Pfizer. No entanto, a prefeitura exige que as grávidas apresentem documento que comprove a gravidez, assim como cartão de pré-natal.
No entanto, para a Defensoria, essa exigência dificulta a imunização dessas mulheres. na recomendação, o órgão destaca que" várias mulheres precisam esperar semanas para uma consulta com o profissional responsável pelo pré-natal e alguns médicos ainda se recusam a assinar laudos com a recomendação."