Defesa de brasileira presa na Tailândia terá que esperar quase 3 anos para pedir perdão real
Advogados vão aguardar o período enquanto a Defensoria Pública tailandesa avalia recorrer à condenação de 9 anos por tráfico
Minas Gerais|Pollyana Sales, da Record Tv Minas
Uma dia após anunciar que iria pedir perdão real imediatamente para a brasileira condenada na Tailândia por tráfico de drogas, a defesa de Mary Hellen Coelho, de 22 anos, voltou atrás na decisão.
O advogado Telêmaco Marrace de Oliveira explica que foi informado pel Ministério da Justiça tailandês que o benefício só pode ser concedido após o réu cumprir um terço da pena. Assim, a jovem deve ficar presa por, pelo menos, 2 anos e 8 meses, já que a condenação determinada nesta quinta-feira (12) foi de 9 anos e 6 meses de reclusão.
Oliveira acredita na possibilidade do indulto real, mesmo tendo que aguardar mais tempo. Ele explica que, antes da pandemia, conseguir o benefício era raro. A necessidade de espaço e distanciamento social nos presídios superlotados do país aumentam a esperança da defesa.
“Nós temos a esperança do indulto, mesmo com o número baixo nos últimos 2 anos. Segundo o Departamento de Correções, apenas quatro foram concedidos, mas nos anima saber que no pedido de indulto real é obrigado a considerar os antecedentes de cada solicitante. A Mary Hellen tem bons antecedentes e é jovem”, avalia o advogado.
Telêmaco Marrace de Oliveira explica que ainda há a possibilidade de redução da pena. “Mary Hellen tem um advogado na Tailândia, por meio da Defensoria Pública do país, que vai recorrer da decisão para diminuir a pena. Agora, nós temos que esperar um pouco e o nosso outro caminho é pedir a extradição da brasileira”, completa.
Mary Hellen foi detida ao desembarcar no aeroporto de Bangcoc, a capital tailandesa, em fevereiro deste ano, com cocaína na mala. Outros dois brasileiros foram presos na mesma data no terminal.
Os três saíram de Curitiba, no sul do Brasil. Apenas um dos homens estava no voo de Mary Hellen, que é mineira da cidade de Pouso Alegre. Os amigos e a família não sabem se eles se conheciam. Em maio, a suspeita de aliciar o grupo foi presa no Brasil.