Rompimento causou impacto ao município de Brumadinho
Márcio Neves / R7Oito meses após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, familiares das vítimas e atingidos começam a discutir a destinação de R$ 400 milhões pagos em indenizações por danos morais coletivos pela mineradora. O dinheiro foi depositado pela Vale no dia 2 de agosto, após acordo com o MPT (Ministério Público do Trabalho).
Nesta quinta-feira (26) ocorre a primeira reunião entre familiares de vítimas e representantes do MPT, da Justiça do Trabalho e da Defensoria Pública da União para começar a desenhar um plano para a destinação dos recursos.
De acordo com o procurador do MPT, Geraldo Emediato, que costurou o acordo com a Vale, o órgão deve sugerir uma parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) para fazer um levantamento das demandas das comunidades afetadas, além de audiências públicas e consultas aos atingidos.
A ideia é que parte do dinheiro possa ser liberado, por meio de editais, a projetos que tenham como função ajudar na reparação dos danos causados. Os outros órgãos e os familiares das vítimas também indicarão alternativas para a utilização dos recursos.
Acordo
O valor pago pela Vale a título de indenização por danos morais é o maior da história da Justiça trabalhista no Brasil. Diferentemente das indenizações de caráter individual, que buscam dar uma compensação financeira a quem perdeu um parente, bens ou a fonte de renda com a tragédia, o dano moral coletivo é concedido quando o empregador causa dano não apenas a um empregado, mas a toda uma comunidade.
Além das 270 vítimas, entre mortos identificados e desaparecidos, o rompimento da barragem em Brumadinho causou uma série de impactos ao município, como a perda de arrecadação, aumento nos casos de depressão de moradores, danos ambientais com a contaminação do rio Paraopeba, ameaça de desabastecimento de água nas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, dentre outros.