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Filha de funcionário da Saritur diz que o pai teria comprado vacina

Dias antes de imunização às escondidas em garagem de ônibus em BH, adolescente relatou em rede social que seria vacinada

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7, e Enzo Menezes, da Record TV Minas

Adolescente apagou as postagens após repercussão do caso revelado pela Piauí
Adolescente apagou as postagens após repercussão do caso revelado pela Piauí Reprodução / Twitter

Dias antes da suposta vacinação clandestina na garagem de uma empresa de ônibus em Belo Horizonte, a filha do funcionário da viação Saritur publicou em uma rede social que o pai havia comprado para ela o imunizante contra a covid-19.

“Acordei com a notícia de que eu vou ser imunizada”, escreveu a jovem de 16 anos em uma conta no Twitter. “Meu pai simplesmente comprou a vacina do covid pra mim (sic)”, completou a adolescente em um perfil até então fechado apenas para amigos.

As postagens foram feitas ao menos quatro dias antes da “campanha de vacinação” às escondidas, na garagem da Atual Coordenadas, empresa do Grupo Saritur, que teria sido realizada na última terça-feira (23). Imagens divulgadas pelo R7 mostram pessoas sendo vacinadas no local.

Após a repercussão do caso, revelado pela revista Piauí, as postagens da adolescente foram apagadas. O perfil privado chegou a ser excluído, mas já foi reativado.


No entanto, prints feitos antes da exclusão das mensagens mostram o conteúdo. Na rede social ainda é possível ver respostas enviadas por uma seguidora da adolescente que alertou sobre o risco de comentar na plataforma sobre a vacinação.

Amiga repreendeu a adolescente
Amiga repreendeu a adolescente Reprodução / Twitter

“Pare de postar isto, idiota. Porque todo mundo vai pensar que poderia estar tirando a vacina que seria de um idoso ou alguém da área da saúde”, escreveu a amiga da jovem.


Em contato com a reportagem, um tio da adolescente e o irmão dela confirmaram que ela é filha de um funcionário da Saritur, mas afirmaram desconhecer a informação sobre a suposta vacinação.

Conforme apurado pelo R7, a mãe da jovem também atua no setor, como dona de uma empresa que realiza transporte escolar.


Investigação

O caso é investigado pelo MPF (Ministério Público Federal) e pela Polícia Federal. Nesta sexta-feira (26) os policiais apreenderam uma lista com 57 nomes de pessoas que teriam sido vacinadas na garagem da empresa de ônibus.

Ainda não se sabe se o nome da adolescente está no documento. Segundo a revista Piauí, o ex-senador e ex-presidente da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), Clésio Andrade, e o deputado estadual de Minas Gerais, Alencar da Silveira Júnior, estariam entre os imunizados. Ambos negaram ao R7 a informação.

A publicação da Piauí ainda indica que as duas doses da vacina teriam custado R$ 600 por pessoa e seriam da fabricante Pfizer. A PF suspeita que o medicamento tenha sido comprado ilegalmente em algum país que faz fronteira com o Brasil. O laboratório nega qualquer negociação com a rede privada em todo o mundo.

A Saritur também nega ter relação com o caso e com a Atual Coordenadas. No entanto, os nomes dos donos da Saritur constam na Receita Federal como os diretores da Atual e o site da companhia de ônibus também afirma que ela faz parte do grupo empresarial.

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