Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Governo de MG vai investigar se Vale invadiu área quilombola

De acordo com os moradores, desde 2008, a mineradora passou a atuar no terreno da comunidade; empresa disse que não invadiu imóvel de terceiros

Minas Gerais|Marina Avelar*, do R7, com Record TV Minas.

Parte da comunidade tem sido impactada pela mineração da Vale
Parte da comunidade tem sido impactada pela mineração da Vale Parte da comunidade tem sido impactada pela mineração da Vale

A Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) vai apurar se a Vale está envolvida em algum tipo de infração ambiental em ma área quilombola no interior de Minas.

O órgão foi alertado sobre a possibilidade de a empresa estar explorando parte do terreno da comunidade Vargem da Lua, em São Gonçalo do Rio Abaixo, a 90 km de Belo Horizonte, após uma audiência pública na Assembleia de Minas e confirmou que a multinacional pode ser multada. Fiscais da Semad serão enviados ao local. 

Os moradores da comunidade montaram um acampamento na mina de Brucutu, a maior da Vale no Estado, para tentar impedir que a mineradora continue com as atividades no local. Segundo os populares, a mineradora teria invadido parte do terreno.

No povoado vivem 150 pessoas, a maioria dependentes da agricultura. Algumas famílias moram em casas construídas de madeira. O local existe há mais de 100 anos e foi um carvoeiro, conhecido como Antônio Maria, que ergueu a comunidade. A área total da propriedade tem pouco mais de dois quilômetros quadrados. 

Publicidade

De acordo com os moradores, em 2008 a mineradora passou a atuar no terreno da comunidade, mas uma decisão judicial de 2012 proíbe a Vale de minerar na área da comunidade. Segundo o produtor rural Maurício Aparecido essa determinação não foi cumprida.

— Está atropelando essas ordens. Invadiu nosso terreno, explorou minério dentro do nosso terreno, usa ele para passar e não ressarce a comunidade, que é uma comunidade carente e que precisa.

Publicidade

Uma perícia judicial homologada pela Justiça confirmou que houve invasão em parte do terreno da comunidade.

De acordo com o advogado Leandro Marques Viana, que representa os moradores da comunidade, a Vale já explorou mais de 34 hectares da área da comunidade.

Publicidade

— A Vale já devastou mais de 34 hectares na área do pessoal, porque o terreno da comunidade Vale da Lua é rica em minerio de ferro em alto teor.

Vídeos gravados pela própria população mostram máquinas da empresa dentro da propriedade e funcionários com equipamentos que monitoram o espaço.

Em março de 2019, uma nova decisão da Justiça determinou que a Vale não exerça qualquer atividade no local sob o risco de multa diária de R$ 100 mil reais, o que novamente não estaria sendo respeitado, de acordo com os moradores da comunidade quilombola. A empresa recorreu da decisão, e o processo continua na Justiça.

Resposta

A Vale esclareceu que cumpre a legislação vigente e todas as ordens judiciais. A empresa garantiu que não invadiu imóvel de terceiros e ressaltou que existem ações sobre o tema na Comarca de Santa Bárbara, a 110 km de Belo Horizonte.

Por meio de nota, a Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) informou que não recebeu nenhuma denúncia por meio da Superintendência Regional de Meio Ambiente do Leste mineiro.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Lucas Pavanelli

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.