Greve de motoristas de ônibus impacta 96 mil usuários em BH
Segundo a BHTrans, das 1907 viagens programadas para a faixa horária das 6h às 7h, foram realizadas 335
Minas Gerais|Núbia Roberto, da Record TV Minas
Usuários do transporte público de Belo Horizonte enfrentaram dificuldade em embarcar, na manhã desta segunda-feira (22), após os motoristas de ônibus entrarem em greve. Segundo a BHTrans (Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte), as empresas estão realizando, no máximo, 30% das viagens programadas e 96 mil pessoas deixaram de ser atendidas na capital mineira.
Na última sexta-feira (19), o desembargador Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto, 1º Vice-Presidente do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 3ª Região, determinou que pelo menos 60% da frota de coletivos circulasse, depois que o SetraBH (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte) entrou com um recurso na Justiça. O desembargador estipulou uma multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da medida.
Mesmo com a decisão judicial, das 1907 viagens programadas para a faixa horária das 6h às 7h, foram realizadas 335. De acordo com o balanço da BHTrans, nenhum ônibus saiu da estação Diamante. Veja como ficou a porcentagem de viagens em cada estação da capital:
- Estação São Gabriel - 22%
- Estação Pampulha - 20%
- Estação Venda Nova - 26%
- Estação Vilarinho - 30%
- Estações Barreiro - 1%
- Estação Diamante - 0%
- Estação São José – 7%
Ainda de segundo a BHTRANS, agentes estão nas estações de integração para orientação aos passageiros sobre as opções de deslocamento.
Greve
Os motoristas de ônibus anunciaram a greve na última sexta-feira (19). A adesão dos trabalhadores à paralisação ocorre pela falta de reajuste salarial pelo terceiro ano consecutivo. Além do reajuste salarial de 9%, entre as reivindicações dos motoristas estão o tíquete-alimentação de R$ 800, o pagamento do tíquete no atestado, remoção do banco de horas e o abono salarial de 2019 e 2020. A retirada da limitação do passe livre, manutenção do passe livre para o afastado e melhoria no plano de saúde também fazem parte da negociação.
O sindicado das empresas de ônibus informou, por meio de nota, que, apesar da crise que enfrenta, está garantindo as operações do serviço público e os empregos dos profissionais do transporte. Ainda segundo o SetraBH, o sistema não teve recomposição tarifária em 2017, 2019 e 2020 e que, mesmo assim, concedeu aumento salarial para os rodoviários em 2017 e 2019. O sindicato destacou também que o modelo de gestão estruturado no contrato de 2008 é injusto, podendo chegar ao colapso.
Audiência
Uma audiência está agendada, para a tarde desta segunda-feira (22), com representantes das empresas de ônibus, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e o presidente do STTRBH (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e região), Paulo César da Silva, para estudar as reivindicações dos trabalhadores do transporte coletivo.