Greve do metrô de BH completa 39 dias e se iguala à maior dos últimos 10 anos
Em assembleia realizada nesta quarta (27), servidores votaram pela continuidade da paralisação, que segue por tempo indeterminado
Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7
Após os metroviários decidirem pela continuidade da greve em Belo Horizonte, a paralisação da categoria entrou no 39º dia nesta quinta-feira (28), mesma duração do maior movimento dos últimos 10 anos. O ato segue por tempo indeterminado na capital mineira.
Entre maio e junho de 2012, a categoria também cruzou os braços durante 39 dias. Já de dezembro de 2021 a janeiro deste ano, o movimento durou 17 dias. Essas duas greves anteriores foram deflagradas, em sua maioria, por negociações de acordo coletivo de trabalho. Já, desta vez, os funcionários protestam contra a privatização do metrô.
Desde o início do movimento, em 21 de março, os trens não circulam nos horários de pico e funcionam apenas de 10h às 17h. Segundo a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), cerca de 70 mil passageiros são afetados em dias úteis.
Uma nova assembleia foi marcada para esta sexta-feira (29), às 19h30, na Estação Central, para discutir o futuro do movimento grevista. Já no domingo (1º), a categoria vai ser reunir em um ato na Praça Arinos, no centro da capital, em forma de protesto.
Privatização do metrô
A principal reivindicação dos funcionários é um acordo com o Governo Federal sobre a privatização da CBTU. Os servidores querem, entre outros pontos, a garantia de que os colaboradores não serão demitidos após o processo.
A expectativa do governo é licitar a concessão do metrô ainda neste ano. O projeto de desestatização também prevê investimentos no serviço. Atualmente, o sistema da capital mineira vai da regional Venda Nova ao Eldorado, em Contagem. A expectativa é que as 19 estações sejam reformadas. Outro braço do projeto prevê a criação da linha 2, que vai do bairro Calafate, na região oeste de BH, à regional Barreiro, com ligação à linha 1 pela estação Nova Suíça.