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Guardas vão fazer plantão para evitar obstrução de avenida em frente ao Exército em BH

Após município desmontar acampamento, prefeito disse que manifestantes podem ficar no local, sem montar estruturas

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Prefeito Fuad Noman diz que obstrução vai contra Código de Posturas do município
Prefeito Fuad Noman diz que obstrução vai contra Código de Posturas do município

A Prefeitura de Belo Horizonte vai manter fiscais e agentes da Guarda Municipal em frente ao Comando do Exército, na região oeste da cidade, para evitar que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro obstruam a avenida Raja Gabaglia.

"Uma manifestação civilizada e calma na rua, é perfeitamente legal. Não podemos proibir. O que não podemos permitir é a implantação de estrutura, como banheiro, comércio e restaurante, sem a devida a autorização", explicou o prefeito Fuad Noman, na tarde desta sexta-feira (6), após o município desmontar o acampamento que estava no local.

"A avenida não será obstruída e não será construído nenhum tipo de serviço que não esteja autorizado. Não podemos impedir a pessoa de ficar na rua, desde que não crie nenhum tipo de constrangimento a quem sobe e desce a via", completou o chefe do executivo municipal.

Segundo a prefeitura, a operação de desmonte já estava planejada e foi baseada no Código de Posturas do Município, que proíbe a obstrução dos espaços públicos. Um dos estopins foi a agressão a um fotógrafo de um jornal local, nesta quinta-feira (6).


O secretário municipal de Segurança, Genilson Zeferino, disse que a Guarda decidiu entrar nesta sexta-feira após avaliar que era o dia com o menor número de pessoas no local. Segundo ele, há suspeita de que parte do grupo era contratada para estar lá.

"Tínhamos a possibilidade de prender algumas pessoas, já que tínhamos informações que estavam armadas. Aquele evento de hoje e de ontem da agressão foi feito por pessoas deliberadas. Parece que foram escalados para fazer este trabalho. Você percebe um nível de organização dessas pessoas que a gente nunca lidou", disse Zeferino ao comentar sobre outros jornalistas que foram agredidas durante a operação de desmonte do acampamento.


Ainda segundo o chefe de Segurança da capital mineira, parte dos agressores foi identificada e vídeos vão ajudar a Polícia Civil a investigar o caso.

Durante a ação de desmobilização do acampamento, os agentes identificaram um caminhão que estava furtando energia elétrica de um poste de energia. A Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) foi acionada para desligar o cabo.


Os fiscais também recolheram os materiais que estavam no local. Segundo a equipe de fiscalização, os proprietários terão 24 horas para retirar na prefeitura os produtos perecíveis apreendidos e 30 dias para os que não têm data de validade.

Agressões a jornalistas

Júlio César de Freitas, comandante da Guarda Municipal de Belo Horizonte, afirma que os agentes da corporação não presenciaram as agressões contra profissionais da imprensa durante a operação nesta sexta-feira.

Vídeos mostram o momento em que uma mulher derruba o celular de uma equipe. Em seguida, o grupo tenta derrubar um cinegrafista e atinge um repórter com socos e chutes.

"A guarda estava lá na ação. Se tivesse identificado ou sido acionada por alguma vítima pedindo a providência, a providência seria adotada naquele momento. Os trabalhos estão sendo feitos no sentido de identificar [os agressores]. Vamos subsidiar a Polícia Civil para que ela possa adotar as providências", disse o comandante.

O líder da corporação disse que a PM (Polícia Militar) havia sido avisada sobre a operação. Em nota, a PM informou manteve guarnições no local "realizando o policiamento preventivo em apoio às ações da prefeitura".

"A PMMG esclarece, ainda, que referente aos vídeos que circulam em redes sociais com agressões a profissionais da imprensa, a instituição não foi acionada via 190 pelos envolvidos. A instituição ressalta que permanece à disposição para que toda e qualquer pessoa que tenha sido ofendida e/ou agredida registre os fatos", concluiu.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e o Governo de Minas lamentaram sobre as agressões.

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