"Há alternativas para barragens de mineração", diz especialista
Em entrevista à Live RecordTV Minas, professora explica que, independente da forma de dispor resíduos, é necessário gestão
Minas Gerais|Giovana Maldini*, do R7
Com as fortes chuvas que atingiram Minas Gerais neste mês de janeiro, 31 barragens no estado estão com algum nível de emergência e 18 delas devem passar por ações preventivas. Além dessas estruturas, existem outras alternativas de dispor os resíduos da mineração, como explica a professora e doutora em geotecnica, Rafaela Baldi, em entrevista à Live RecordTV Minas, nesta quinta-feira (20).
Uma delas é armazenar esse material em forma de empilhamento, ou até mesmo tratá-lo para retirar a água, deixá-lo seco e colocá-lo em outro ponto. A especialista ressalta que, independente da escolha, é necessário acompanhamento para que a estrutura não venha a romper.
“Tem que ter um tratamento, tem que estudar, acompanhar, monitorar. Esse cuidado na gestão de resíduos nós temos que aprimorar. Não é porque a gente construiu uma barragem, jogou o lixo dentro do reservatório, que aquilo está ok. Tem que acompanhar o que acontece ao longo do tempo”, explica Rafaela Baldi.
Chuva em Minas
No estado, existem três barragens em nível 3 de emergência, ou seja, que estão com risco iminente de romper. Para garantir a segurança das 31 estruturas ameaçadas, no dia 11 de janeiro, a administração estadual solicitou que as mineradoras Vale, ArcelorMittal e Minérios Nacional S/A apresentassem documentos para avaliar as barragens.
Mesmo que esse risco possa ser maior no período chuvoso, a professora ainda ressalta que é necessário cuidado para não culpar os temporais pela ruptura de barragens, já que são eventos naturais. É necessário que as estruturas tenham um planejamento de algumas questões críticas no momento em que são construídas e operadas.
“Vai chover sempre. O que a gente tem que entender é até que ponto essas estruturas estão preparadas para passar por esse período chuvoso sem ter uma ruptura. Temos que contabilizar como um risco, mas também adotar todas as tratativas para corrigir esses problemas”, afirma a especialista.
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