O homem preso suspeito pelo desaparecimento da empregada doméstica Marta Soares Fonseca, de 42 anos, confessou que assassinou a mulher e ateou fogo no corpo da vítima para tentar esconder os restos mortais. Os detalhes do caso foram divulgados pela Polícia Civil no final da tarde desta quinta-feira (11), em Belo Horizonte.
Marta estava desaparecida desde o dia 17 de setembro. Ela foi vista pela última vez no Terminal Rodoviário da capital mineira, onde desembarcou de um ônibus vindo de Vitória, no Espírito Santo. Ela visitava o namorado no Estado vizinho.
Imagens do circuito de segurança da rodoviária mostram Marta sendo abordada por um homem logo após sair do coletivo. Ele apresenta um papel para ela e os dois saem conversando. Em seguida, eles aparecem sentados em um banco. Depois disso, a doméstica não fez mais contato com a família.
Após a divulgação das imagens, A. R. S., de 45 anos, foi preso em Betim, na Grande BH, como sendo o homem que aparece na gravação. A polícia chegou até ele por meio de denúncias.
De acordo com a Polícia Civil, inicialmente, A. R. S. negou envolvimento na história e apresentou versões diferentes para os questionamentos feitos pelos investigadores. Em seguida, ele confessou o crime.
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O delegado Carlos Capistrano explica que o homem revelou aos peritos que abordou Marta no terminal oferecendo emprego a ela e que, depois de muita insistência, ela aceitou ir com ele até um sítio na cidade de Contagem, na região metropolitana. O suspeito relatou, ainda, que chegando no local, a doméstica suspeitou da ação e disse que acionaria a polícia. Neste momento, ele teria atacado ela pelas costas com uma “gravata”.
– Ele acabou confessando o homicídio da vítima em um local ermo próximo ao Ceasa, no município de Contagem. Ele deixou o corpo coberto com madeiras e folhas e voltou posteriormente com gasolina. Ele colocou fogo na mulher e transportou os restos morais para um local há seis quilômetros de lá.
Uma ossada foi encontrada pelos peritos no mesmo local e condições indicadas pelo suspeito. Capistrano diz que são fortes os indícios de que os restos mortais sejam de Marta, mas o delegado explica que o material passará por um exame de comprovação. Ainda não há previsão de quando os testes ficarão prontos.
Intenção
Segundo as investigações, autor e vítima não se conheciam. Na gravação feita pelo circuito de segurança, A. R. S. aparece abordando outra mulher que também desceu do mesmo coletivo que Marta. Capistrano destaque que essa atitude evidencia que ele já tinha intenção de cometer algum crime, não necessariamente o de matar.
O suspeito já foi preso por outros crimes que não foram revelados. Quando foi localizado, ele dormia em um albergue que faz parte de um programa da polícia para ex-detentos. A reportagem não localizou a defesa do detido. Ele foi autuado por ocultação de cadáver e responderá por homicídio.