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IML recebe 1 amostra por dia para identificar vítimas de Brumadinho

Após 985 dias do rompimento, bombeiros repassam diariamente segmentos corpóreos que seriam dos desaparecidos

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Bombeiros encontraram corpo preservado na lama
Bombeiros encontraram corpo preservado na lama

Passados 984 dias do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, o IML (Instituto Médico Legal) recebe diariamente, em média, um segmento humano para análise, na tentativa de identificar as vítimas ainda não localizadas.

A estimativa é do médico-legista Ricardo Araújo, um dos coordenadores do laboratório da Polícia Civil responsável pelo trabalho.

Apesar do grande volume, o especialista explica que a maior parte do material encontrado pelo Corpo de Bombeiros é de vítimas já identificadas anteriormente.

"Calculo que o número de reidentificações já superou cem vezes o número vítimas."


Araújo destaca que com o passar do tempo, o trabalho se torna mais difícil devido à decomposição do corpo humano. Assim, as identificações que no início eram feitas majoritariamente por meio de digitais, hoje, em sua maioria, só acontecem graças a análises feitas com base na estrutura óssea ou no exame de DNA.

A favor da equipe, o IML de Belo Horizonte conta com um braço robótico e um sequenciador genético de nova geração que geralmente só são encontrados em grandes universidades.


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Os equipamentos foram doados pela Vale, em um acordo firmado após o rompimento. Essas máquinas ajudam a comparar os dados das células do corpo com as informações dos parentes das vítimas que seguem desaparecidas.

— A literatura acadêmica mundial sobre DNA sugere parar de tentar trabalhar com determinado material a partir da terceira ou quarta tentativa de extração do material genético. No entanto, temos aqui casos de identificação realizada na sétima tentativa.


Corpo encontrado

Além dos fragmentos que são encontrados com mais frequência nos locais de buscas, os bombeiros ainda têm localizado corpos bem preservados.

A última ossada considerada "preservada" foi encontrada neste sábado (2). A equipe do IML ainda tenta descobrir de qual vítima é o material. Assim, até o momento, não é possível dizer se o trabalho vai resultar na identificação de uma das nove pessoas consideradas desaparecidas atualmente.

— Já observamos que não se trata de uma pessoa com um banco de imagens muito robusto. Então estamos buscando junto a clínicas médicas os dados que as famílias não têm.

A última identificação de vítima aconteceu no dia 24 de agosto. Trata-se da analista operacional da Vale, Juliana Creizimar de Resende Silva, então com 33 anos. O marido de Juliana, que trabalhava na mineradora, também morreu na tragédia. Na época, o casal deixou dois filhos gêmeos. Hoje, as crianças têm três anos.

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