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Indenizações a vítimas de barragem já custaram R$ 2,8 bilhões à Vale

Mineradora fez acordos diretamente com vítimas, paga famílias dos trabalhadores mortos e repassa um auxílio mensal a moradores da região

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Tragédia em Brumadinho deixou 270 mortos, onze continuam desaparecidos
Tragédia em Brumadinho deixou 270 mortos, onze continuam desaparecidos

Um ano depois do rompimento da barragem de Brumadinho, que matou 270 pessoas, a Vale calcula em R$ 2,8 bilhões o total de indenizações e auxílios emergenciais pagos a vítimas e moradores da região afetados pela tragédia. Ao todos, as ações de reparação devem custar R$ 24 bilhões à mineradora.

Desde que barragem 1 da mina Córrego do Fundão cedeu arrastando estruturas administrativas da empresa, casas de moradores e uma pousada em uma área de aproximadamente quatro quilômetros quadrados, a mineradora fechou acordos e acatou decisões judiciais para custear parte das reparações pela tragédia. 

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Dois acordos principais foram firmados, um com a Defensoria Pública de Minas Gerais e outro com o MPT (Ministério Público do Trabalho). O primeiro, homologado em abril do ano passado, é aplicado a vítimas que tiveram alguma perda com o rompimento da barragem — desde a morte de um familiar a perdas materiais, por exemplo. 

Segundo dados da Defensoria Pública, até o momento, 273 acordos foram pagos e outros 246 estão em fase final para serem homologados, totalizando 519. Os acordos prevêem o pagamento de uma indenização de R$ 500 mil para pai, mãe, filhos e cônjuge, além de R$ 150 mil para irmãos de alguma vítima fatal da tragédia. 


Por esse acordo, a Vale também se comprometeu a pagar todo mês um valor correspondente a dois terços do salário da vítima até a data em que ela completaria 75 anos. 

Acordo trabalhista


Esse acordo não se aplica a trabalhadores da Vale ou terceirizados que morreram durante o serviço naquela sexta-feira, 25 de janeiro de 2019. Nesse caso, vale um outro acordo, firmado com o MPT, que é obrigatório. Ou seja, todos os funcionários mortos ou sobreviventes da tragédia são abrangidos por ele. Os valores são semelhantes, mas para cada funcionário morto, a família ainda recebe um acréscimo de R$ 200 mil a título de indenização. 

Os funcionários que sobreviveram à tragédia têm direito a estabilidade no emprego até janeiro de 2022 (quando o rompimento da barragem completa três anos), auxílio-creche no valor de R$ 920 para filhos com até 3 anos de idade e auxílio-educação de R$ 998 para filhos até 25 anos.


Ainda no âmbito da Justiça do Trabalho, a Vale foi obrigada a pagar R$ 400 milhões em indenizações por dano moral coletivo, pelos prejuízos causados a toda a comunidade afetada. O uso desse dinheiro ainda será definido por um comitê composto por MPT, Defensoria Pública e familiares das vítimas. 

Comunidade

Desde janeiro do ano passado, a Vale também paga um auxílio a todos os moradores de Brumadinho e quem vive em outros municípios, desde que a uma distância de até 1 km do leito do rio Paraopeba, atingido pela lama de rejeitos de minério.

Os valores são de um salário mínimo por adulto, meio para adolescentes e um quarto para crianças. Ao todo, segundo a empresa, 108 mil pessoas recebem o pagamento mensal. Em novembro do ano passado, após uma audiência de conciliação na Justiça de Minas, a mineradora anunciou que iria prorrogar por mais 10 meses o pagamento do auxílio, que deveria ter sido extinto no mês passado. 

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