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Investigação diz que fiscalização do Governo em barragens era ineficaz

Conclusão deve estar em relatório da Comissão da Assembleia de Minas Gerais que investiga o rompimento da barragem de Brumadinho

Minas Gerais|Gisele Ramos, da Record TV Minas, com Pablo Nascimento, do R7

Mineradoras não tiveram infrações processadas
Mineradoras não tiveram infrações processadas

Um levantamento feito por um deputado membro da comissão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais que investiga o rompimento da barragem de Brumadinho aponta que a fiscalização do Governo do Estado sobre as mineradoras era ineficaz. As informações devem estar no relatório que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) vai apresentar nas próximas semanas.

A investigação feita pelo deputado Noraldino Junior (PSC-MG) revela a fragilidade de um sistema que deveria ajudar na fiscalização das mineradoras.

Segundo as conclusões da CPI, nos últimos 8 anos, mais de 73 mil autos de infração aplicados em mineradoras de Minas Gerais não foram processados pela Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente). Isso porque o sistema é bem simples e todo manual. Sem recursos, o órgão deixou de fiscalizar e multar as empresas e deixou também de arrecadar.

— A gente hoje pode concluir que a fragilidade nesse processo e a irregularidade culminaram no rompimento da barragem.


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O deputado também ressalta que os laudos de estabilidade da barragem B1 foram alterados depois do estouro da barragem Vale e acredita que isso não seria possível se houvesse um sistema mais eficiente.

— As próprias empresas têm que pagar os laudos, mas o processo de escolha e definição dessas empresas tem que ser critério estabelecido pelos órgãos de fiscalização.


Além de indicar as possíveis falhas na fiscalização do setor minerário, o relatório da CPI da Assembleia vai propor novas regras para emissão de laudos de estabilidade de barragens.

O caso também foi analisado por outra comissão montada no Senado. No último dois de julho, um documento de quase 400 páginas elaborado pelos congressistas sugeriu que 14 diretores e funcionários das empresas Vale e Tüv Sud, que atestou a estabilidade da barragem, sejam indiciados por homicídio culposo, que é quando não há intenção de matar.


Procurada, a Semad informou que as "regras e diretrizes sobre a fiscalização da estabilidade de barragens são da Agência Nacional de Mineração, conforme Lei 12.334/2010".

A pasta ainda alegou que "tem atuado firmemente na eliminação das 43 últimas barragens a montante ainda existente no Estado e no fomento de migração tecnológica para tratamento de rejeitos, de responsabilidade do setor minerário".

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