Irmã de vigia revela que eles não tinham problemas familiares
Suspeito estaria irritado com direção da creche no dia do ataque em Janaúba
Minas Gerais|Pablo Nascimento*, do R7 em Belo Horizonte, com RecordTV Minas
A irmã do vigia Damião Soares Santos, de 50 anos, que ateou fogo em dezenas de pessoas, sendo a maioria crianças, em uma creche de Janaúba, no norte de Minas Gerais, revelou que eram falsas as acusações que o irmão fazia de que eles tinham problemas familiares. O vigia e vendedor de sorvetes morava sozinho e vizinhos relataram que ele falava sobre desentendimentos com os parentes.
Antes de cometer o ataque, Santos procurou o MP (Ministério Público) e denunciou que estava sendo envenenado pela própria mãe. Ele foi orientado a passar por um atendimento em um centro de atendimento psicossocial da cidade, mas não realizou o tratamento indicado.
— Toda vizinhança sabe que ele não teve problemas com a família. Ele se afastou da casa de mãe, há três anos, por causa da liberdade dele. Ele ama a mãe dele e nos ama. A história que mãe tinha envenenado ele foi delírio.
Em entrevista concedida à RecordTV, Maria Alexandria, de 58 anos, contou que no dia do ataque, Santos estava irritado com a direção do Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, onde trabalhava. Segundo a aposentada, a direção queria que ele entregasse o atestado médico devido às faltas ao trabalho.
— A diretora estava falando para ele apresentar o atestado e ele dizia que não precisava. Ele foi lá, conversou com a diretora. Falou que ia buscar e já voltou fazendo isso [o ataque].
Até o momento, além de Santos, outras 10 pessoas morreram, sendo nove crianças. Em meio ao sofrimento pela perda do irmão e pelas vítimas do ataque, Maria Alexandria implora perdão.
— Nós estamos sofrendo as duas dores. A dor do Damião e a dor das pessoas. Então eu quero que a população entenda que nós estamos sofrendo muito e quero pedir perdão em nome da família.
Investigações
A polícia concluiu que Santos tinha problemas mentais, mas isso não influenciou o ataque. Ele teria jogado um líquido combustível contra as crianças e professores da creche, em sã consciência. Em seguida, ateou fogo e abraçou as crianças com o corpo em chamas. Segundo a Polícia Civil, Santos sofria com problemas mentais como delírios persecutórios.
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* Com supervisão de Flávia Martins y Miguel