Irregularidade na vacinação contra a covid rende 80 denúncias em MG
Ouvidoria-Geral do Estado recebe e analisa indícios de problemas nas filas de vacinação; saiba como denunciar casos suspeitos
Minas Gerais|Lucas Pavanelli e Célio Ribeiro*, do R7, com Record TV Minas
Em uma semana, a OGE (Ouvidoria-Geral do Estado de Minas Gerais) recebeu 80 denúncias relacionadas a eventuais irregularidades no processo de vacinação contra a covid-19 no Estado. Dentre elas, informações de pessoas que furaram a fila de prioridade.
Nesta primeira fase, a imunização atende a apenas profissionais de saúde, indigenas que vivem em reservas, idosos que vivem em asilos e pessoas com deficiência que vivem em lugares exclusivos.
Prefeito de Montes Claros (MG) é vacinado sem fazer parte do grupo prioritário
Dentre alguns casos de supostas irregularidades envolvendo a fila de vacinação, estão a do secretário de Esportes de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, Marco Aurélio Silva, e da diretora-executiva do Sind-Saúde (Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais), Neuza Freitas.
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Santa Luzia
O prefeito de Santa Luzia, na Grande BH, Christiano Xavier (PSD), anunciou, na manhã desta terça-feira (27), a exoneração do secretário de Esportes da cidade, Marco Aurélio Silva. O chefe da pasta teria recebido o imunizante contra a covid-19 mesmo sem participar do grupo prioritário.
De acordo com a nota divulgada pela prefeitura, o caso foi descoberto após uma apuração interna realizada pela Secretaria de Saúde. Ainda de acordo com a prefeitura, os funcionários que “falharam na guarda da vacina” e o responsável pela aplicação do imunizante também foram identificados e exonerados.
Sind-Saúde
A diretora-executiva do Sind-Saúde, Neuza Freitas, é servidora do Hospital Júlia Kubistchek, em Belo Horizonte, mas está afastada em função da atividade sindical. Mesmo assim, ela e outro integrante da associação constavam na lista de profissionais de Saúde do grupo prioritário.
Eles foram convocados e imunizados na semana passada. A atitude foi criticada por outros profissionais de Saúde. O advogado de Neuza, Alisson Ferreira, rebate as críticas e afirma que sua cliente não cometeu nenhum crime.
— Ela foi convocada mais de uma vez e foi vacinada. Ela não cometeu nenhum ato irregular e até tentou não ser vacinada, mas, por estar na lista, ela quase que foi obrigada a receber o imunizante.
Além desse caso, a notícia de que um integrante da direção do Hospital Risoleta Neves teria sido vacinado também gerou polêmica. A Prefeitura de BH informou que todos os profissionais que trabalham nos hospitais da capital mineira devem ser imunizados nesta primeira etapa da campanha e que, até agora, nenhuma denúncia foi encaminhada à Ouvidoria da Secretaria de Saúde.
Apuração
As denúncias envolvem instituições e profissionais da rede estadual, municipal e particular de todo o Estado. A OGE é a principal porta de entrada para denúncias dessa natureza e quem tiver informações sobre eventuais irregularidades no processo de vacinação pode entrar em contato com o órgão - neste siteou pelo Disque-Saúde 136.
A partir das denúncias, caso a OGE encontre indícios de irregularidades, os casos são encaminhados para apuração pelos órgãos competentes.