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Isolamento social reduz em 45% a emissão de poluentes no ar em BH

Pesquisa da Feam aponta que a suspensão de atividades industriais e da circulação de veículos contribuiu para a melhora da qualidade do ar

Minas Gerais|Luíza Lanza*, do R7

Qualidade do ar melhorou com a paralisação
Qualidade do ar melhorou com a paralisação

A restrição de atividades, adotada em Belo Horizonte durante o período de isolamento social para enfrentar a pandemia do coronavírus, levou, também, a uma melhora significativa na qualidade do ar da capital mineira.

Um estudo realizado pela Feam (Fundação Estadual do Meio Ambiente) apontou uma redução de 45% na concentração de partículas respiráveis no ar, se comparado ao mesmo período do ano em 2019. 

De acordo com a equipe da Gesar (Gerência de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emissões) da Feam, a restrição e suspensão, principalmente, das atividades industriais e da circulação de veículos contribuiu diretamente para a redução das emissões de gases na atmosfera. 

Leia mais: Capitais brasileiras têm melhora na qualidade do ar na quarentena


A diretora de Gestão e Monitoramento da Qualidade Ambiental da Feam, Alice Libânia Santana Dias, acrescenta que essa constatação revela a importância de se pensar em políticas públicas que se preocupem com a matriz de transportes da capital.

— Essa situação nos aponta para a importância de se estudar medidas de mitigação, como o uso de meios de transporte mais sustentáveis e também o incentivo ao transporte público de massa.


Grande BH

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A análise observou dados de cinco estações de monitoramento da qualidade do ar em três cidades da Grande BH e levou em consideração a presença de poluentes como dióxido de enxofre e material particulado enter 20 de março e 20 de abril deste ano e no mesmo período do ano passado. 


Para verificar os níveis dessas emissões, a Gesar verificou os dados de estações em Belo Horizonte, além de Ibirité e Betim, municípios da região metropolitana cujo perfil de poluição está relacionada à movimentação de veículos e a influência da atividade industrial.

Nos dois cenários foram verificadas reduções consideráveis no chamado material particulado, conjunto de poluentes constituído de poeira, fumaça e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém em suspensão por conta do pequeno tamanho. A concentração de dióxido de enxofre, que resulta da queima de combustíveis como óleo diesel, óleo combustível industrial e gasolina, também diminuiu.

Dados

Em Belo Horizonte, a redução chegou a 45% para o chamado PM2,5, uma das frações do material particulado caracterizada como respirável, que penetra nos pulmões e pode contribuir para o agravamento de doenças respiratórias.

A queda foi observada na estação instalada no campus da PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica) no bairro São Gabriel, na região Nordeste da cidade. O local escolhido fica perto de vias de grande circulação de veículos, como a MG-020 e o Anel Rodoviário.

Em números absolutos, a concentração média mensal das emissões no período analisado em 2019 era de 12,44 µg/m3 (miligrama por metro cúbico) e caiu para 6,86 µg/m3 no mesmo período de 2020.

Já para o PM10, material particulado de maior diâmetro e considerado pela ciência como inalável, a redução foi de 31% na média mensal na estação da PUC São Gabriel. Outra estação verificada em BH foi a estação que fica na Avenida do Contorno, no Centro da capital, próximo ao Complexo da Lagoinha. Os dados dessa localização apontam redução de concentração média mensal de 26% no PM2,5 e de 10% no caso do PM10.

*Estagiária do R7 sob a supervisão de Lucas Pavanelli

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