Donos de oito hotéis da rua Guaicurus, tradicional ponto da zona boêmia do centro de Belo Horizonte, obtiveram na Justiça o direito de manter as portas abertas. A 5ª Vara da Fazenda Municipal negou pedido do Ministério Público para fechar os estabelecimentos. A decisão, do juiz Silvemar José Henriques Salgado, foi divulgada nesta sexta-feira (4). Em novembro de 2013, a Justiça já havia negado pedido do MP para fechar outros oito hoteis da Guaicurus.Leia mais notícias no R7 Minas Na ação, o MP argumentava que os hoteis deviam ser inteditados porque são usados para encontros com prostitutas, atividades classificadas pela promotoria como "ilícitas e imorais". Os locais teriam alvará para funcionamento como hoteis e a falta de higiene colocaria em risco a saúde dos frequentadores. O juiz, no entanto, considerou que a atividade não é ilegal, já que a prostituição não é crime, mas a exploração da atividade. Para ele, não ficou configurada a exploração. Para Silvemar Salgado, a Guaicurus é tradicional ponto de encontro de "homens, mulheres, intelectuais e políticos para beber, bater papos e outras coisas mais". Os hoteis, segundo a sentença, não poderiam se recusar a receber hóspedes e "não interessa a este juízo o que estas pessoas fazem entre quatro paredes". A Prefeitura de Belo Horizonte, no processo, garantiu que fiscaliza os estabelecimentos e notifica e intedita os que não possuem alvará ou funcionam com irregularidades. Em novembro, o juiz Renato Dresch, da 4ª Vara da Fazenda Municipal, alertou que a ação do MP parecia se destinar à "higienização do hipercentro para a Copa do Mundo como meio de maquiar uma realidade histórica da capital". Entre os hoteis que mantêm o funcionamento são Novo Hotel Rio Branco, Dormitório Asteka, Pensão Nova Rodoviária, Casa da Carla Scoth Bar, Montanhês Hotel.