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Justiça adia audiência com falsa enfermeira acusada por vacinação fraudulenta contra covid em BH

MP não tinha promotor para enviar à audiência, além de quatro réus não terem sido intimados a tempo do depoimento

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Vídeo flagrou vacinação irregular em garagem de ônibus
Vídeo flagrou vacinação irregular em garagem de ônibus Reprodução / Record Minas

A Justiça de Belo Horizonte adiou para o dia 31 de julho deste ano o interrogatório da falsa enfermeira acusada de forjar um esquema de vacinação contra a covid-19, em Belo Horizonte, quando ainda não havia imunizantes para toda a população. Segundo a denúncia do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), Mônica Pinheiro Torres de Freitas aplicou soro fisiológico nos clientes que pagaram R$ 600 por cada dose do medicamento.

A audiência estava prevista para acontecer na tarde desta quinta-feira (1º). Após três anos do caso, Mônica seria ouvida pela Justiça pela primeira vez. Além dela, os outros cinco réus e 24 testemunhas foram convocados para depor.

Conforme decisão à qual a reportagem teve acesso, o adiamento o adiamento foi um pedido da Defensoria Pública, do MPMG e da defesa de Mônica.

A Defensoria alegou que os réus Junio das Dores Guimarães, Igor Torres de Freitas, Danievele Torres de Freitas e Ricardo Carvalho de Almeida não tinham sido intimados.


Já o representante do Ministério Público, afirmou que não havia promotor disponível para participar do ato, devido a um conflito de agenda com outro ato designado na 3ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores.

“Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar", diz trecho da lei usada pelo juiz para determinar nova convocação.


O caso ocorreu no início de 2021. Na época, um vídeo divulgado em primeira mão pelo R7 mostrou um grupo de empresários se vacinando em uma garagem de ônibus na região noroeste de Belo Horizonte. Assista à gravação:

Quem são os denunciados?


Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas: a falsa enfermeira

Igor Torres de Freitas: filho de Cláudia. Segundo a denúncia, ele era responsável por oferecer a falsa vacina e receber os pagamentos.

Junio das Dores Guimarães: então genro de Cláudia (caso com Danievele). Trabalhava como motorista da sogra para levá-la aos atendimentos para aplicação das vacinas falsas.

Danievele Torres de Freitas: filha de Cláudia. Responsável por fornecer conta bancária para recebimento do valor pago pelas pessoas que compravam os imunizantes falsos.

Ricardo Carvalho de Almeida: então namorado de Cláudia. Acompanhava a companheira nos atendimentos. Segundo o MPMG, ele também identificava bens que poderiam ser comprados para dissimular a origem do dinheiro.

Wagner Hudson Pinheiro Torres: irmão de Cláudia. Segundo o MPMG, disponibilizou para a irmã e o sobrinho contas bancárias com o objetivo de ocultar a origem dos recursos. Ele ainda teria registrado em nome dele um carro que, na verdade, seria de Mônica.

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