Justiça Federal alega falta de vagas para transferir Adélio para Minas
Segundo o juiz Bruno Savino, não há vagas em hospital psiquiátrico de Barbacena, nem infraestrutura na comarca de Juiz de Fora para receber Adélio
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
A Justiça Federal em Juiz de Fora, a 260 km de Belo Horizonte, se manifestou contra a decisão pela transferência de Adélio Bispo, autor de atentado a faca contra o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro em 2018, para Minas Gerais. Adélio está detido na Penitenciária de Campo Grande, para onde foi transferido após o ataque.
O juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, disse que, conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, não há vagas existentes no hospital psiquiátrico de Barbacena, a cerca de 150 km da capital mineira, para onde Adélio deveria ser levado.
Ataque de Adélio a Bolsonaro não teve mandante, diz inquérito da PF
Ainda de acordo com o juiz, também não há infraestrutura física e de pessoal nas unidades prisionais situadas na Comarca de Juiz de Fora. Além disso, segundo Savino, a transferência de Adélio acarretaria "riscos desnecessários à segurança da unidade prisional e do próprio preso".
Leia também
"Ao contrário do que se verifica no âmbito estadual, o sistema prisional federal possui plenas condições de cumprir a medida de segurança imposta ao sentenciado", diz nota oficial enviada pela Justiça Federal em Juiz de Fora.
Inimputável
Há um ano, a Justiça Federal declarou Adélio Bispo inimputável pelo atentado contra Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. Segundo a sentença, ele sofre de transtorno delirante persistente e, por isso, não poderia ser preso.
Conforme a decisão do juiz Bruno Savino, Adélio deverá ficar internado na ala psiquiátrica da Penitenciária Federal de Campo Grande durante, ao menos, três anos, quando deverá passar por uma avaliação.