Justiça nega progressão de regime para goleiro Bruno
Medida foi tomada após uma denúncia de que o atleta estaria marcando encontro com mulheres no local onde cumpria trabalho externo
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O juiz Tarciso Moreira de Souza, da Vara de Execuções Penais de Varginha, negou nesta sexta-feira (19), o pedido de progressão de regime do goleiro Bruno Fernandes. Na semana passada, a defesa solicitou que o atleta passasse a cumprir pena no semiaberto.
A decisão do magistrado foi baseada em uma reportagem feita pela TV Alterosa, afiliada do SBT em Varginha, no sul de Minas, onde o goleiro está preso. Segundo a emissora, o atleta estariausando um celularpara trocar mensagens e marcar encontro com mulheres.
A matéria mostra o jogador em um vídeo gravado dentro de uma associação esportiva. O espaço fica em um terreno ao lado da Apac (Associação de Amparo e Proteção ao Condenado), onde ele trabalhava em uma obra. Duas mulheres também estavam no local e havia uma lata de cerveja na mesa, contudo, a filmagem não mostra o jogador bebendo.
Goleiro Bruno perde direito de trabalhar após denúncia de regalias
Flagrado com mulheres e cerveja. Bruno deve ter sua pena aumentada
De acordo com o juiz, a reportagem mostra Bruno em "suposta conduta contrária aos preceitos da execução de pena, bem como aos benefícios penais concedidos aos reeducando em cumprimento de pena na APAC, podendo a conduta supostamente configurar a prática de eventual falta grave".
Souza determinou, também, a abertura de um processo administrativo para apurar os fatos. O magistrado solicitou esclarecimentos da direção da Apac e pediu o material veiculado pela emissora.
Leia também
Bruno fica em liberdade por 60 dias, mas vê filha nascer atrás das grades
Tribunal rejeita recurso de Bruno para anular júri de Eliza Samudio
Ao lado da esposa, goleiro Bruno dá entrevista exclusiva à Record TV e conta o sentimento de estar livre
Goleiro Bruno se casa com dentista em presídio de Santa Luzia (MG)
Advogado de Bruno “aplaude Boa Esporte” pela iniciativa e aposta em sucesso do goleiro
Procurado pelo R7, Fabio Gama, advogado do goleiro, informou a decisão é normal e esperada, uma vez que a denúncia precisa ser investigada. O defensor nega as acusações sobre as irregularidades.
— É normal esta decisão agora. O Bruno não poderia progredir para o semiaberto sem a apuração correta disso. Nós vamos aguardar a emissora mostrar as provas documentais do fato e vamos apresentar a nossa defesa. Já estamos levantando testemunhas para mostrar que não aconteceu como mostrado.
Alexandre José Campos e Silva, presidente da Apac, informou que foi aberta uma sindicância interna para apurar o motivo de o detento não estar cumprindo com seus deveres e trabalhos dentro do prédio da instituição no momento da gravação.
Sem trabalho
Condenado a 20 anos e nove meses pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio, o ex-goleiro do Flamengo cumpre pena no Presídio de Varginha.
Todos os dias, ele deixava a unidade pela manhã para trabalhar em um canteiro de obras na Apac e voltava à noite. Nesta manhã, o benefício de trabalho externo foi suspenso provisóriamente até que a denúncia de regalias seja investigada.